Jornal, online, Angico dos Dias Edição de Nº 1788, (publicações no blog). Campo Alegre de Lourdes/BA, Brasil. Sábado. 11. 09. 2018.
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“Quem é a Wal?”. Guilherme Boulos (PSOL) perguntou a Bolsonaro:
Bolsonaro mantinha
funcionário fantasma desde 2003 e só demitiu a funcionária, devido pressão da
mídia e do candidato à presidência da República.
Bolsonaro diz que
funcionária apontada como 'fantasma' pediu demissão, por ter sido mencionada em
debate na TV.
"Wal" trabalha no comércio de açaí em Angra dos
Reis, segundo revelou o jornal 'Folha de S. Paulo'. No debate, o candidato
Guilherme Boulos (PSOL) perguntou a Bolsonaro: 'Quem é a Wal?'
Candidato a presidente da República pelo PSL,
deputado federal Jair Bolsonaro (RJ), disse nesta segunda-feira (13) que
Walderice Santos da Conceição, assessora lotada no gabinete dele na Câmara,
pediu demissão. A assessoria de imprensa da Câmara confirmou a exoneração.
Segundo Bolsonaro, a assessora decidiu se demitir
depois de o candidato a presidente pelo PSOL, Guilherme Boulos, ter levantado o
assunto no primeiro debate deste ano entre presidenciáveis, na TV Bandeirante,
na última quinta-feira, (09. 09. 2018). Na ocasião, Boulos questionou o rival:
"É importante que o Brasil saiba: quem é a Wal, Bolsonaro?"
A pergunta de Boulos se baseou em reportagem de 11
de janeiro do jornal "Folha de S. Paulo", na qual "Wal" é
apontada como "fantasma" – embora funcionária da Câmara, trabalhava
como vendedora de açaí em um estabelecimento comercial em Angra dos Reis. Nesta
segunda-feira, o jornal voltou ao local e a encontrou vendendo açaí durante o
horário de expediente da Câmara. Ela confirmou à reportagem que trabalhava para
o gabinete de Bolsonaro.
No debate, Bolsonaro negou que Walderice fosse
funcionária-fantasma e respondeu a Boulos que ela sempre prestou serviço na
Vila Histórica de Mambucaba, a cerca de 50 km de Angra dos Reis (RJ), onde ele
tem casa de veraneio.
"A senhora Wal, senhora Walderice, é uma
funcionária minha que mora em Angra dos Reis. Ganha R$ 2 mil por mês. Quando a
'Folha de S.Paulo' foi lá e não a achou, botou em manchete no dia seguinte que
ela era fantasma. Só que, em boletim administrativo da Câmara dos Deputados de
dezembro, ela estava de férias. Do final de dezembro até final de janeiro”,
disse no debate.
Pelo site da Câmara, Walderice aparece como
secretária parlamentar desde 2003. Na folha de pagamento de julho, a
remuneração bruta foi de R$ 1.416, 33. O site também indica que ela recebeu R$
982,29 a título de "auxílios", não especificados.
Nesta segunda-feira, o candidato do PSL afirmou que
Walderice da Conceição trabalhava para ele recebendo demandas da região de
Angra dos Reis (RJ), mas decidiu sair para evitar “desgaste”.
“Por coincidência (...), ela ligou para cá [Câmara]
e pediu demissão exatamente por causa do Boulos. E aí ela falou que, tendo em
vista esses problemas, para não ajudar a desgastar, ela pediu demissão de
manhã”, afirmou Bolsonaro a jornalistas.
A assessoria da Câmara confirmou a demissão, mas não
soube informar o horário.
“Já foi [exonerada]. Tanto é que acabou o debate, no
primeiro dia de Brasília, ela tinha ligado de manhã. Ela está fora. Uma
senhora, deve ter uns 50 anos de idade, pobre e vai procurar emprego. Mais uma
desempregada no Brasil. Trabalho humilde”, disse Bolsonaro.
De acordo com o deputado, Walderice trabalhava para
ele havia cerca de 12 anos. “Tenho aquela casa há 25 anos mais ou menos e
contratei ela deve ter uns 12 anos. Sempre tive gente lá. Como de vez em quando
estou lá, muita gente me procura e leva problema da minha região e ela é
encarregada de filtrar e passar para mim. Só isso”, afirmou.
O parlamentar disse que, "de vez em
quando", ela também presta serviços particulares a ele. "[A casa]
está abandonada há quatro anos e tenho dois cachorros lá e, para não morrer, dá
de vez em quando água para o cachorro, só isso. O crime dela foi dar água para
os cachorros", afirmou Bolsonaro.
Pelas regras da Câmara, cada deputado pode
contratar, com a verba de gabinete, entre 5 e 25 secretários parlamentares para
prestar serviços de secretaria, assistência e assessoramento, em Brasília ou
nos estados. A jornada de trabalho deve ser de até 40 horas semanais, cumpridas
no local determinado pelo parlamentar.
Fonte: G1
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