ANGICO DOS DIAS NOTÍCIAS.
EDIÇÃO DE Nº 3142
CAMPO ALEGRE DE LOURDES/ BA, BRASIL.
e-mail: angicodosdias2014@gmail.com
terça - FEIRA, 28/ 10/ 2025.
|
A |
megaoperação contra o Comando Vermelho nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, deixou 64 mortos e 81 presos em ação de grande porte.
Com helicópteros, blindados, drones e confrontos intensos que
paralisaram serviços públicos e expuseram moradores a cenário de guerra.
A ofensiva integra a chamada Operação
Contenção, política permanente do governo do estado para sufocar a expansão do
Comando Vermelho por territórios fluminenses.
Cerca de 2.500 agentes civis e
militares foram mobilizados após um ano de investigação conduzida pela
Delegacia de Repressão a Entorpecentes, com o objetivo de cumprir 100 mandados
de prisão.
A Secretaria de Segurança afirmou que
o plano foi desenhado com antecedência e executado sem apoio federal. O
secretário Victor Santos declarou que a operação continuará e lamentou mortes e
feridos, mas reforçou que considera a ação necessária.
Cerca de 280 mil moradores vivem nas
áreas afetadas, segundo dados oficiais, o que amplia o impacto social e
humanitário da incursão.
A ação teve reação violenta de traficantes,
que ergueram barricadas incendiadas, atiraram contra forças de segurança e
utilizaram drones para lançar artefatos explosivos, segundo a Polícia Civil.
Vídeos registraram cerca de 200
disparos em um minuto, com ruas tomadas por fumaça e corredores estreitos
dominados pelo som de rajadas.
O balanço aponta 60 suspeitos mortos
em confronto, dois policiais civis mortos, Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho,
51 anos, Rodrigo Velloso Cabral, 34 anos; e Cleiton Searafim Gonçalves e
Herbert, do Bope.
Três moradores foram baleados,
incluindo uma mulher dentro de uma academia e um homem em situação de rua
atingido nas costas.
O sistema municipal suspendeu
atividades em clínicas da família e escolas, e linhas de ônibus mudaram rotas
por risco de ataques.
A polícia prendeu 81 suspeitos e apreendeu 75
fuzis, duas pistolas e nove motos.
Entre os detidos está Thiago do
Nascimento Mendes, conhecido como Belão do Quitungo, apontado como líder local
do Comando Vermelho, e Nicolas Fernandes Soares, acusado de atuar na estrutura
financeira de Edgar Alves de Andrade, o Doca, considerado liderança estratégica
do grupo.
O Ministério Público denunciou 67
pessoas por associação ao tráfico e três por tortura. A promotoria apontou o
Complexo da Penha como base relevante da expansão territorial do grupo
criminoso rumo à Zona Oeste, área que também é disputada por milícias,
evidenciando o entrelaçamento entre facções e estruturas paramilitares no Rio
de Janeiro.
A escalada da violência reacende
debate sobre modelo de segurança pública baseado em incursões armadas que,
historicamente, geram alto número de mortos e pouca desarticulação estrutural
do crime.
Estudos acadêmicos, decisões do
Supremo Tribunal Federal sobre operações em favelas e alertas de organismos
internacionais reforçam a necessidade de políticas que privilegiem
inteligência, proteção de civis, controle de armas e combate à lavagem de
dinheiro.
A disputa por territórios pobres no
Rio envolve redes econômicas e políticas poderosas, que se beneficiam da
informalidade, da especulação imobiliária e da captura de órgãos públicos.
Enquanto o estado insiste em ações
militares, a população segue exposta à violência, sem garantia de direitos
básicos e com serviços suspensos sob risco constante.
A segurança pública democrática exige investimento social, inteligência
qualificada e enfrentamento aos circuitos financeiros do crime, em vez de
repetir ciclos de guerra que vitimam majoritariamente moradores de periferias.
A tragédia no Alemão e na Penha
mostra que, sem políticas integradas e foco em direitos, a violência se
perpetua, alimentando insegurança e medo.
Fonte: Blog Do
Esmael.

Nenhum comentário:
Postar um comentário