JORNAL, ONLINE,ANGICO DOS DIAS NOTÍCIAS EDIÇÃO DE Nº 2541, (PUBLICAÇÕES NO BLOG). CAMPO ALEGRE DE LOURDES/ BA, BRASIL. QUINTA - FEIRA, 22, 06. 2023..
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aralisação inicia no dia 27/6, no Ceará. Sindipetros de todo o país
farão ato em defesa da refinaria. Rio de Janeiro, 22 de junho de 2023 -
Após o Conselho Administrativo de Defesa Econômica, (Cade), aprovar a venda da
Refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor), na quarta-feira, 21, 06, 2023. Foto: Brasil de Fato.
O Sindicato dos
Petroleiros do Ceará e do Piauí, (Sindipetro, CE e PI), filiado à Federação
Única dos Petroleiros, (FUP), aprovou greve para ser iniciada na próxima
terça-feira, 27, 6, 2023. A paralisação ocorrerá na unidade, mas sindipetros de
outros Estados realizarão manifestações em suas bases, no mesmo dia, em apoio
ao movimento na Lubnor.
Foto: EPBR.
A venda da Lubnor,
para o grupo Grepar Participações Ltda foi assinada em maio de 2022, mas foi
questionada pela categoria petroleira e pela prefeitura de Fortaleza, no Ceará,
(CE). A refinaria, que foi vendida por US$ 34 milhões, 55% abaixo da estimativa
do valor de mercado, está localizada em um terreno de 400 quilômetros
quadrados, sendo que 30% do espaço pertence ao município. A prefeitura, na ocasião,
denunciou a venda, alertando que não foi previamente informada sobre a
transação, pela gestão da Petrobrás, ou seja, há pendências a serem resolvidas, no
processo de venda da Lubnor para a Grepar. A questão fundiária, que impõe
entendimentos com a prefeitura local, é uma delas.
Fernandes Neto,
presidente do Sindipetro, no Ceará e no Piauí, CE/PI, alerta para riscos de
desabastecimento de produtos produzidos pela refinaria, decorrentes da criação
de um monopólio privado na região, que terá o controle da produção e do
mercado, e definirá o mix de produtos de acordo com seus interesses. “O impacto
econômico e social será muito grande para o estado. Segundo o presidentente do
Sindipetro: “Continuaremos na luta para conseguir reverter essa venda”,
Com mais de 500
trabalhadores, entre próprios e de empresas terceirizadas, a Lubnor é
responsável por cerca de 10% da produção de asfalto no país, além de produzir
lubrificantes naftênicos, produto para usos nobres, como isolante térmico, para
transformadores de alta voltagem, amortecedores para veículos e equipamentos
pneumáticos. A refinaria é responsável por abastecer todos os Estados do
Nordeste, além de fornecer derivados para os Estados do Amazonas,
Amapá, Pará e Tocantins.
Neto explica que a
refinaria também produz óleos combustíveis marítimos, ( MFs- marine fuels, e
IFOs - intermediate fuel oils), utilizados no abastecimento a navios , no Porto
do Mucuripe. “Se a empresa resolver não produzir ou preferir exportar a
produção, como aconteceu na Bahia, esses navios precisarão abastecer em outro
porto. Uma empresa privada não tem o compromisso com o abastecimento do mercado
interno. Se for mais lucrativo, eles podem preferir exportar. A Petrobrás tem
como prioridade o abastecimento do mercado interno”, explica.
Devvid Bacelar,
coordenador-geral da FUP, enfatiza a importância da refinaria em toda a região.
“A Lubnor é responsável por entregar às distribuidoras locais óleo diesel,
gasolina, querosene de aviação e GLP provenientes de outras refinarias,
terminais, transportados até Fortaleza por navios, em operações de cabotagem
ou, eventualmente, importação. A venda da Lubnor pode acarretar
desabastecimento desses navios, impactando negativamente exportações e importações”,
explica.
A Associação Nacional dos
Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobrás (Anapetro) vai analisar o
acordo firmado pelo Cade e, “se houver prejuízos à Petrobrás ou ao mercado
interno, vamos acionar a operação judicialmente”, afirma o advogado Angelo
Remédio, da Advocacia Garcez, que representa os petroleiros nessa
questão.
Na última terça-feira,
20, a Anapetro protocolou no Cade uma manifestação contra ato de
concentração praticado pela Grepar Participações Ltda na compra da refinaria
cearense. O documento solicitava a realização de novos market tests (testes
de mercado) antes da aprovação da venda, a fim de garantir que a análise de ato
de concentração não fosse prejudicada por manobras da empresa interessada.
Em nota enviada à imprensa
na manhã de hoje, a Petrobrás informou que existem outras condições precedentes
pendentes a serem cumpridas no âmbito do processo.
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