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Jornal Edição da Manhã

7 de novembro de 2024

Policias da PM de São Paulo, que são acusados de terem atirado e matado Rian de 4 anos e em outra ocasião foram acusados de manterem o pai da criança foram ao velório para, enterro, para, provavelmente, intimidar familiares.

 ANGICO DOS DIAS NOTÍCIAS  

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quinta - feira, 07. 11. 2024 .   

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 ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, Claudio Aparecido da Silva, criticou a presença de policiais militares no enterro de um menino de 4 anos, morto durante operação da Polícia Militar na noite de terça-feira (5).

Foto: O Globo.

          A morte ocorreu no Morro São Bento, em Santos, litoral paulista. O funeral ocorreu na manhã desta quinta-feira (07/ 11/ 2024).

          “Vocês matam uma pessoa de 4 anos de idade aí ficam circulando na porta do cemitério, incidindo no meio do cortejo. Não queria deixar o cortejo sair, para na porta do cemitério”, disse Silva aos policiais que faziam a abordagem. Estavam presentes também as deputadas estaduais Paula Nunes e Ediane Maria; a vereadora de Santos Débora Camilo; além de Débora Maria dos Santos, coordenadora do Movimento Mães de Maio.

          Ryan da Silva Andrade Santos estava brincando com outras crianças na calçada em frente à casa de uma prima, quando foi atingido por um disparo. Segundo o próprio porta-voz da Polícia Militar (PM) “provavelmente [o disparo] partiu da arma de um policial”. O pai do menino, Leonel Andrade Santos, foi um dos 56 mortos durante a Operação Verão, realizada no início deste ano.

          “Aqui no estado de São Paulo virou política governamental colocar polícia em velório de gente que morre pelas mãos da polícia, intimidar as pessoas e fazer tudo que vocês acompanharam. Vocês acompanharam o cortejo, viram o comportamento da polícia, tinha viatura do próprio batalhão aqui no cemitério”, disse o ouvidor, presente no enterro do menino, à imprensa no local.

         “É vergonhoso, é o cúmulo da falta de respeito aos direitos fundamentais das pessoas. Nesse estado aqui não vai poder mais ter ato fúnebre? Ninguém tem mais direito de velar e se despedir dos seus entes queridos? Quem não ficar consternado com a morte de uma criança de 4 anos nessas condições que foi aqui, me desculpa, não é gente”, acrescentou.

         Os policiais atingiram ainda dois menores de idade na mesma operação de terça-feira. Gregory Ribeiro Vasconcelos, 17 anos, morreu no local e o outro adolescente, de 15 anos, foi socorrido, passou por cirurgia e não corre risco de morte.

          No momento em que o ouvidor falava à imprensa, policiais da Força Tática que estavam na porta do cemitério iniciaram uma abordagem de um rapaz. O ouvidor, acompanhado de jornalistas e fotógrafos, se aproximou dos policiais e começou a denunciar que os agentes não estavam usando as câmeras corporais.

        “Vocês matam uma pessoa de 4 anos de idade aí ficam circulando na porta do cemitério, incidindo no meio do cortejo. Não queria deixar o cortejo sair, para na porta do cemitério”, disse Silva aos policiais que faziam a abordagem. Estavam presentes também as deputadas estaduais Paula Nunes e Ediane Maria; a vereadora de Santos Débora Camilo; além de Débora Maria dos Santos, coordenadora do Movimento Mães de Maio.

         Ao telefone com o comandante geral da Polícia Militar, coronel Cassio Araújo de Freitas, o ouvidor relatou, durante a ocorrência, que os policiais faziam uma abordagem abusiva e que não utilizavam as câmeras corporais naquele momento. “Abordou o rapaz, deu um tapa na cabeça do rapaz, agrediu o rapaz, agora está dizendo que vai apreender a moto do rapaz.”

          Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo informou que irá analisar as denúncias e que o policiamento preventivo e ostensivo foi reforçado na região desde a última terça-feira.

Onze tiros.

Outro caso que levanta questionamento sobre a ação da Polícia Militar paulista aconteceu na cidade de São Paulo. Um homem negro foi morto por um PM, que estava fora de serviço, após tentar furtar dois produtos de limpeza em um minimercado, no último domingo (3), na zona sul da capital paulista.

          Imagens de câmeras de monitoramento mostram o rapaz sendo atingido pelas costas pelo policial militar, com tiros de arma de fogo. Segundo a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, foram pedidos exames periciais, cujos laudos estão em andamento, e a polícia vai investigar todas as circunstâncias dos fatos.

          O rapaz é sobrinho do rapper Eduardo Taddeo, que integrava o grupo Facção Central. Ele denunciou o caso em postagem em rede social.

Fonte e colaboradores: Colaboraram Márcio Garoni e Vanessa Casalino, da TV Brasil

Polícia matou 243 crianças e adolescentes em 9 Estados em 2023, aponta relatório.

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quinta - feira, 07. 11. 2024 .        

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 menino Ryan da Silva Andrade Santos, de 4 anos, brincava em frente à casa de uma prima no Morro do São Bento, em Santos, (litoral de SP).

Foto: G1 Globo.

     O crime ocorreu na noite de terça (05/11/2024), quando foi atingido por um tiro. Ele foi levado ao hospital, mas não resistiu e morreu.


          O disparo “provavelmente” saiu de uma arma da Polícia Militar, segundo a própria PM de São Paulo. “Nós entendemos que provavelmente esse disparo partiu de um policial militar”, afirmou o coronel Emerson Massera, porta-voz da Polícia Militar, em uma entrevista coletiva na quarta (6/11/2024).

        “O projétil ficou alojado no abdômen do menino que infelizmente faleceu. Será feito o confronto balístico para verificar a origem desse disparo”, afirmou o coronel. “Teremos essa certeza depois do laudo da perícia”.

        Não é um caso isolado. Em 2023, Thiago Menezes Flausino, de 13 anos, foi morto por policiais do RJ na Cidade de Deus, segundo inquérito sobre o caso feito pela própria polícia. No mesmo ano, Eloáh da Silva dos Santos, de 5 anos, foi morta pela polícia no Morro do Dendê, segundo investigação do Ministério Público.

       Inquéritos das próprias polícias ou do Ministério Público apontaram que policiais foram os autores em outros crimes como esses.

       Em 2020, as vítimas foram João Pedro Mattos Pinto, de 14 anos; Alice da Silva Almeida, de 3 anos; Emily Victoria da Silva, de 4 anos, e Rebecca Beatriz Rodrigues Santos, de 7 anos.

 

            Em 2019, foi Ágatha Félix, de 8 anos. Em 2017, foi Maria Eduarda Alves da Conceição, de 13 anos, baleada dentro da escola.

            Nenhuma dessas mortes foi computada como resultante de ação policial, mas como homicídio, u seja, as mortes de Thiago e Eloah em 2023 não estão entre as 243 mortes de crianças e adolescentes registradas em nove estados brasileiros naquele ano como resultado de intervenção do Estado.

           O número é apontado no relatório Pele Alvo: Mortes Que Revelam Um Padrão, divulgado nesta quinta (7/11) pela Rede de Observatórios da Segurança, que reúne institutos de pesquisa do Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo. O estudo é elaborado com dados das Secretarias de Segurança Públicas estaduais de cada Estado pedidos via Lei de Acesso à Informação.

           O relatório aponta também que das 4.025 pessoas mortas pela polícia nesses estados em 2023, havia informação sobre raça para apenas 3169. Destas, 87,8% (2782) eram negras, uma proporção bem maior do que a proporção de negros na população brasileira. Isso equivale a uma pessoa negra morta pela polícia a cada quatro horas em 2023 somente nesses nove estados.

           A BBC News Brasil procurou as secretarias de segurança dos nove Estados, mas não teve resposta até a publicação desta reportagem. Sobre o caso de Ryan, a PM de São Paulo disse que está investigando e providências serão tomadas.

           As secretarias só incluem como mortes causadas em decorrência de ação policial os casos em que a Polícia alegou ter agido em legítima defesa — os outros casos são registrados como homicídios, sem uma separação estatística que permita saber quantos deles foram cometidos por policiais.

          Esse tipo de registro é problemático, afirma Silvia Ramos, pesquisadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Candido Mendes, pois induz a pensar que em todos os casos de homicídio pela polícia, a responsabilidade é apenas do policial que atirou individualmente, e não da corporação.

         “E essas mortes nem sequer são contabilizadas como mortes decorrentes de ação policial. Entram para as estatísticas de homicídios como se fossem efeitos colaterais aceitáveis, ou balas perdidas, ou azares, ou acidentes pontuais”, afirma Ramos, que é porta-voz da Rede de Observatórios.

          “Não dá para pensarmos nessas tragédias como casos isolados em que um policial específico abusou da força ou errou, ou foi indiferente a quem estava no entorno de sua ação”, continua Ramos. “Os responsáveis pelas políticas de segurança autorizam um tipo de polícia violenta que causa insegurança e mortes dependendo da área em que atuam.”

A Polícia do Brasil mata mais negros? : Quase 90% dos mortos por policiais, em 2023, eram negros, diz estudo. Pesquisa destaca peso do racismo na segurança pública.

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quinta - feira, 07. 11. 2024 .        

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m estudo publicado nesta quinta-feira, (07/ 11/ 2024), pela Rede de Observatórios da Segurança mostra que 4.025 pessoas foram mortas por policiais no Brasil em 2023.

                                                         Foto: Jornal do Comercio.

          Em 3.169 desses casos foram disponibilizados os dados de raça e cor: 2.782 das vítimas eram pessoas negras, o que representa 87,8%.

          Os dados do boletim Pele Alvo: Mortes Que Revelam Um Padrão, que está na quinta edição, foram obtidos via Lei de Acesso à Informação (LAI) em nove estados. Em todos eles, o padrão é de uma proporção muito alta de pessoas negras mortas por intervenção do Estado: Amazonas (92,6%), Bahia (94,6%), Ceará (88,7%), Maranhão (80%), Pará (91,7%), Pernambuco (95,7%), Piauí (74,1%), Rio de Janeiro (86,9%) e São Paulo (66,3%).

          Para a cientista social e coordenadora da Rede, Silvia Ramos, os números são “escandalosos” e reforçam um problema estrutural do país: o racismo que atravessa diferentes áreas como educação, saúde, mercado de trabalho, mas que tem sua face mais crítica na segurança pública.

          “O perfil do suspeito policial é fortalecido nas corporações. O policial aprende que deve tratar diferente um jovem branco vestido de terno na cidade e um jovem negro de bermuda e chinelo em uma favela. A questão é: 99,9% dos jovens negros das favelas e periferias estão de bermuda e chinelo. E todos passam a ser vistos como perigosos e como possíveis alvos que a polícia, se precisar, pode matar”, diz a pesquisadora.

           Na análise por estados, a Bahia é a unidade da Federação com a polícia mais letal, com 1.702 mortes. Esse foi o segundo maior número já registrado desde 2019 dentre todos os estados monitorados. Na sequência, vem Rio de Janeiro (871), Pará (530), São Paulo (510), Ceará (147), Pernambuco (117), Maranhão (62), Amazonas (59) e Piauí (27).

          “O que a gente vê na Bahia é uma escalada. Desde que a Rede começou a monitorar o estado, houve um aumento de 161% nas mortes. De 2019 a 2023, aconteceu o seguinte dentro da polícia baiana: em vez de coibir o uso da força letal, houve incentivo. Pode ter certeza, não é só porque os criminosos estão confrontando mais a polícia. É porque tem uma polícia cuja ação letal foi liberada”, diz a cientista social. “Se os policiais matam muito, recebem congratulações dos comandantes e incentivos institucionais, a tendência é que tipo de ação violenta seja cada vez mais incentivada”.

                    Juventude

O estudo também destaca que a juventude é a parcela da população mais vitimada pela polícia, principalmente na faixa etária entre 18 a 29 anos. E cita o Ceará como exemplo negativo, onde esse grupo representa 69,4% do total de mortos. Ainda mais grave é o dado que indica que, em todos os estados analisados, 243 das vítimas eram crianças e adolescentes de 12 a 17 anos.

                    Particularidades regionais

Alguns estados tiveram redução na letalidade policial. Caso do Amazonas, onde ocorreu queda de 40,4% e mudança na distribuição territorial das vítimas: a maioria das mortes foi no interior do estado. Maranhão, Piauí e Rio de Janeiro também apresentaram diminuição da letalidade em relação a 2022: 32,6%, 30,8% e 34,5%, respectivamente.

          No Ceará e no Pará, foram registradas quedas mais discretas de mortes por intervenção do Estado: 3,3% e 16% respectivamente. Mas o número de vítimas negras aumentou em 27% no Ceará e em 13,7% no Pará.

          Na Bahia, há uma crescente exponencial, com registro de três vítimas negras por dia em 2023. O número de vítimas aumentou em 16,1%. Pernambuco foi o estado que registrou o maior aumento no número de mortos, com 28,6% mais casos que em 2022. Já São Paulo quebrou o histórico de redução e aumentou em 21,7% os óbitos nas ações da polícia.

                    Dados ausentes

        Pela primeira vez desde 2021, quando passou a integrar o estudo, o Maranhão forneceu dados de raça e cor de vítimas da letalidade policial. Mas de maneira incompleta: 5 a cada 7 vítimas não tiveram o perfil racial reconhecido, ou seja, a informação estava presente em apenas 32,3% dos casos.

         O Ceará teve uma leve melhora, mas 63,9% das vítimas ainda não têm raça e cor reconhecidas. No Amazonas, esses são 54,2% dos casos. No Pará, os não informados representam 52,3%.

          No total, 856 vítimas não possuem registros de raça e cor nos nove estados. Os organizadores do estudo reforçam a importância de que os governos sejam transparentes e incluam esses dados em 100% dos casos para uma análise qualificada da realidade. Desta forma, afirmam, o Poder Público poderá direcionar esforços para uma sociedade mais segura para todos.

 

                   Secretarias.

A reportagem da Agência Brasil entrou em contato com algumas das secretarias estaduais de segurança para se manifestarem sobre o estudo.

          A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup) disse que tem "investido na qualificação dos agentes e em equipamentos tecnológicos que legitimam as ações de segurança, como o uso de 1.600 câmeras corporais (bodycams) por agentes. Além disso, foram adquiridos para as polícias Militar e Civil armamentos de incapacitação neuromuscular, visando a contenção sem risco de lesões graves".

          E que também tem sido implementadas políticas de inclusão social, como as nove Usinas da Paz, complexo multifuncional estadual com serviços gratuitos de promoção da cidadania e de combate à violência. A Segup atribui a essas iniciativas a redução de 15,89% nas Mortes por Intervenção de Agentes do Estado (MIAE) de janeiro a dezembro de 2023, na comparação com o mesmo período de 2022.

          Já a Secretaria Estadual de Segurança Pública do Rio de Janeiro informou que se baseia nas estatísticas criminais oficiais produzidas pelo Instituto de Segurança Pública (ISP). E cita a categoria Letalidade Violenta, em que houve redução de 15% no acumulado e de 16% no último mês, em comparação com os mesmos períodos de 2023.

          A categoria, no entanto, junta em um mesmo grupo tipos de violência distintos, como homicídios dolosos, latrocínios (roubos seguidos de morte), lesões corporais seguidas de morte e mortes por intervenção de agentes do Estado. Disse ainda que "desconhece a metodologia utilizada na pesquisa e a possibilidade de rastreabilidade dos dados".

          Acrescenta que "as mortes de criminosos em confronto aconteceram em decorrência de agressões praticadas contra agentes do Estado, que atuam visando a captura e a responsabilização dos mesmos". E que a "instituição reforça que as ações priorizam sempre a preservação de vidas".

           De acordo com a Secretaria de Estado dos Negócios da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), "as mortes em decorrência de intervenção policial são resultado da reação de suspeitos à ação da polícia".

          O órgão garante que todos os casos do tipo são investigados com rigor pelas polícias Civil e Militar, com acompanhamento das corregedorias, Ministério Público e Poder Judiciário. A SSP-SP disse estar investindo "continuamente na capacitação do efetivo, aquisição de equipamentos de menor potencial ofensivo e em políticas públicas".

           A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS) disse ter compromisso em "reduzir estigmas e a vulnerabilidade contra pessoas negras" e que dialoga com a Secretaria de Igualdade Racial (Seir) para articular ações de combate à discriminação. A pasta afirmou tratar "todas as mortes decorrentes de intervenção policial com seriedade e transparência".

          Informou ainda que vai lançar em breve uma nova tecnologia para cruzar dados estratégicos dos inquéritos policiais e levantamentos da Superintendência de Pesquisa e Estratégia de Segurança Pública (Supesp), assim como o perfil das vítimas de crimes. A secretaria garantiu que os profissionais da segurança pública participam de formações iniciais e continuadas para o atendimento humanizado às pessoas negras e demais grupos vulneráveis.

          Os governos da Bahia e de Pernambuco não responderam até o momento.

                         Fonte: Agência Brasil.

É a PM que mais mata no Brasil fazendo e acontecendo: Uma operação conjunta do MP-BA, e SSP prenderam policiais militares suspeitos de roubo em Lauro de Freitas.

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ois policiais militares foram presos temporariamente, nesta quinta-feira (7), após investigação que aponta envolvimento em um roubo ocorrido em Lauro de Freitas, município na região metropolitana de Salvador.

Foto: Bahia Notícias.

          A ação ocorreu durante a “Operação Falso Jaleco”, deflagrada de forma integrada pelo Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) e pela Secretaria de Segurança Pública (SSP).

 

          Além das prisões, nos municípios de Salvador e Camaçari, foram executados três mandados de busca e apreensão que contaram com a atuação da Atuação Especial Operacional de Segurança Pública (Geosp) e de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco) e da Corregedoria da Polícia Militar do Estado da Bahia e da Força Correcional Especial Integrada da Corregedoria Geral (Force).

           O roubo apurado pela investigação ocorreu em maio de 2024 e naquela ocasião, três homens disfarçados de profissionais de saúde, vestindo jalecos brancos e usando máscaras cirúrgicas, adentraram em um imóvel residencial e, mediante grave ameaça com porte de armas de fogo, restringindo a liberdade dos moradores, subtraíram quantia superior a R$ 130 mil do cofre da casa.

         As buscas e apreensões realizadas nas residências dos policiais na tarde desta quinta-feira resultaram na apreensão de celulares, um simulacro de arma de fogo, munições e outros objetos de interesse da investigação.

         Fonte: Bahia Notícias.

 

Mais de 4 mil pessoas foram mortas pela polícia no Brasil em 2023, informou a pesquisa, com dados levantados pela Rede de Observatórios.

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o total, 87,8% das mais de 4 mil vítimas mortas por policiais, com dados disponibilizados eram negras e o estado da Bahia foi o que registrou mais mortes, com 1.702 vítimas em 2023.                                                   


                                        Foto: NSC. 

          Pelo menos 4.025 pessoas foram alvo da letalidade policial no ano de 2023, de acordo com dados levantados pela Rede de Observatórios da Segurança, divulgados nesta quinta-feira (7). Destas, 87,8% das vítimas que foram disponibilizados dados de raça e cor, que correspondem a 2.782 pessoas, eram negras.

          Os números apontados no boletim “Pele Alvo: Mortes Que Revelam Um Padrão” foram coletados em nove estados brasileiros, sendo eles Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo.

          Segundo o documento, a faixa etária mais afetada pela letalidade gerada por ação policial é a dos jovens de 18 a 29 anos. Com relação ao tom de pele, a população negra é a mais vitimada.

          Além disso, nos nove estados analisados, cerca de 243 pessoas mortas por policiais eram crianças e adolescentes de 12 a 17 anos.

          Para Jonas Pacheco, coordenador de pesquisa da Rede de Observatórios, as vítimas da intervenção policial se configuram, na maioria das vezes, em pessoas negras, moradoras de periferia e jovens.

           “Esse quadro não é novo no Brasil, ele já vem se perpetuando há anos. Nosso relatório é anual, e em mais um ano a gente acaba evidenciando esse tipo de realidade”, comenta à CNN .

           O levantamento dos números foi obtido via Lei de Acesso à Informação (LAI) junto às Secretarias de Segurança Pública e órgãos correspondentes dos nove estados participantes. Todos os estados responderam às solicitações via LAI no prazo determinado pela legislação.

Confira abaixo os dados por estados abordados pelo relatório:

                        Amazonas

          As pessoas mais atingidas pela violência policial, no estado do Amazonas, foram homens jovens de 18 a 29 anos, sendo 92,6% negros, segundo dados do boletim. Entre 2022 e 2023, houve uma redução de 40,4% da letalidade policial na região.

          Além disso, a pesquisa apontou que as mortes decorrentes da intervenção do Estado mudaram sua distribuição territorial. Em 2022, 61,6% ocorreram na capital, em 2023, 54,2% aconteceram nos municípios do interior.

           A CNN entrou em contato com as autoridades policiais do estado amazonense, porém não obteve resposta.

                     Bahia

          O estado da Bahia abrigou cinco das dez cidades em que a polícia mais matou no Brasil em 2023, de acordo com dados levantados pela Rede de Observatórios da Segurança. Além disso, este foi o único estado analisado que registrou mais de mil mortes, com 1.702 vítimas.

           O resultado da pesquisa apontou que 94,6% das vítimas eram negras e 99,5% masculinas. A pesquisa registrou também que cerca de 62% das vítimas estavam na faixa etária de 18 a 29 anos.

          Em nota, a Polícia Civil da Bahia informou que não comenta dados não apurados pela própria instituição.

                    Ceará

Apenas em 2023, o estado registrou 147 mortes pelas forças de segurança. Destas, 30 óbitos foram na capital, Fortaleza.

          Conforme o relatório, 63,9% das vítimas não tiveram dados referentes a raça e cor fornecidos pela Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS-CE). Dos casos que continham essas informações, o percentual foi de 88,7% pessoas negras mortas pela polícia. Além disso, 80% das vítimas eram jovens de 18 a 29 anos.

          Questionada sobre esses dados, a SSPDS-CE comentou em nota que “trata todas as mortes decorrentes de intervenção policial com seriedade e transparência”. As ocorrências são apuradas com instauração de inquérito policial pela Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) e submetidas à apreciação do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE).

                    Maranhão

Os dados levantados pela Rede de Observatórios da Segurança apontam que uma pessoa foi morta a cada seis dias, no estado do Maranhão, em 2023. Dessas mortes, 88,7% estão distribuídas entre 36 municípios.

           Em nota, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) do Maranhão informou que o estado reduziu em 36% as mortes por intervenção policial entre 2022 e 2023, saindo de 97 ocorrências para 62 casos.

          “Também houve diminuição dos municípios onde os casos foram registrados. Em 2022, os casos foram registrados em 41 municípios. Em 2023, as mortes por intervenção policial no estado ocorreram em 37 cidades”.

          Além disso, o governo afirmou que conforme dados informados nos boletins de ocorrência, 3% dos mortos eram brancos, 3% negros, 3% outros, 23% pardos e em 68% dos casos não foi informada raça ao registrar o boletim na delegacia.

                    Pará

           No Pará, o número de vítimas por intervenção do estado foi de 530 pessoas no último ano, registrando uma queda de 101 casos em comparação a 2022. Das vítimas mortas pela polícia em 2023, 232 eram negras, enquanto 336 tinham entre 12 e 29 anos.

À CNN, a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social informou em nota que “o estado tem investido continuamente na qualificação dos agentes de segurança, assim como em equipamentos tecnológicos que legitimam as ações de segurança, como a utilização de 1.600 câmeras corporais (bodycams) por agentes de segurança do estado.”

                   Pernambuco

Em Pernambuco, 95,7% das 117 pessoas mortas pela polícia eram negras, sendo 98,3% homens. Na capital do estado, Recife, o número de mortes quase dobrou de 2022 para 2023, indo de 11 para 20, respectivamente. Do total de mortes, 70,9% tinham de 12 a 29 anos.

                    A Secretaria de Defesa Social informou que a pasta contabilizou 121 mortes decorrentes de intervenção de agentes do estado no último ano, dos quais 85,95% eram pessoas pardas e 8,26% negras.

                    Piauí

A população negra e jovem é a que mais morre em decorrência da intervenção do estado no Piauí. Das 27 mortes registradas, 20 pessoas eram negras, e do total, 48,1% tinham entre 12 e 29 anos.

           A capital do estado, Teresina, contabilizou 51,8% dos óbitos.

Procurada, a Secretaria de Segurança Pública do Piauí confirmou as informações envolvendo ações policiais apontadas pelo relatório.

                    Rio de Janeiro

                    O estado do Rio de Janeiro contabilizou menos de mil mortos em 2023, com 871 casos. De acordo com o boletim “Pele Alvo: Mortes Que Revelam Um Padrão”, a capital carioca registrou 376 pessoas mortas, sendo 293 negras.

          Em nota, a Polícia Civil informou que desconhece a metodologia utilizada na pesquisa e a possibilidade de rastreabilidade dos dados.

          “A atuação operacional da Polícia Civil é com base em informações de inteligência e investigação, além dos dados oficiais do Instituto de Segurança Pública (ISP), que norteiam ações estratégicas das forças de segurança”, afirmou a autoridade policial.

          Além disso, a polícia afirmou que as “mortes de criminosos em confronto ocorridas no período citado em nada tem relação com raça, credo ou gênero, e aconteceram em decorrência de agressões praticadas contra agentes do estado”.

                    São Paulo

Em São Paulo, 510 pessoas foram mortas em 2023, sendo 66,3% destas negras, segundo dados levantados pela Rede de Observatórios da Segurança. A pesquisa apontou ainda que a população negra no estado é de 40,9%.

          “Disparidade racial mostra a persistência do racismo estrutural no aparato de segurança pública, 321 das 510 vítimas mortas eram negras”, disse o instituto. A capital paulista registrou 176 mortes, sendo 123 de pessoas negras.

          Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) afirmou que não comenta pesquisas das quais desconhece a metodologia e que as forças de segurança estaduais realizam abordagens obedecendo parâmetros e procedimentos técnicos com absoluto respeito à lei.

         “Desde a formação e ao longo de toda carreira, os policiais paulistas passam por cursos de formação e atualização que contemplam disciplinas de direitos humanos, igualdade social, diversidade de gênero, ações antirracistas, entre outras”, disse a SSP.

           Além disso, a pasta afirmou que as mortes em decorrência de Intervenção Policial são “resultado da reação de suspeitos à ação da polícia”.

          A SSP disse ainda que todos os casos de mortes por intervenção policial que ocorrem em São Paulo são investigados pelas polícias Civil e Militar, com acompanhamento das respectivas corregedorias, Ministério Público e Poder Judiciário.          “Para reduzir a letalidade, a SSP-SP investe continuamente na capacitação do efetivo, aquisição de equipamentos de menor potencial ofensivo e em políticas públicas”, disse a Secretaria.

          Victor LocatelliCatarina Nestlehnerda CNNGuilherme Gamada CNN , São Paulo.

                                            Fonte: CNN Brasil.