JORNAL, ONLINE, ANGICO DOS DIAS EDIÇÃO DE Nº 1.901, (PUBLICAÇÕES NO BLOG). CAMPO ALEGRE DE LOURDES/BA, BRASIL. TERÇA - FEIRA 08. 01. 2018. WHATSAPP E GRUPO DO WHATSAPP: 74 99907 9863.
Reduto
eleitoral do sistema fascista de Bolsonaro, o grupo das escolas de elite, “ escola
dos ricos, de tendência construtivista Critique, de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais se rebelaram contra seu guru Bolsona e declaram guerra, contra os ataques
do regime fascista ao sistema Educacional brasileiro.
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O sorriso do Guru diz tudo. Continua a saga fascista estrambelhado, na tentativa de manter bolsonarisado seu reduto de fanáticos, mas eles querem sair da bolsonaria que se meteram. |
Olha a bagunça nas redes socias contra a ideologia fascista nas escolas, já querem e defendem em carta o sistema da esquerda.
Este Grupo de escolas de
elite, dos ricos, de SP, RJ e MG divulgaram carta ao ministro da Educação.
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O livro que nunca existiu nas escola, e foi fundamental para eleger o Criador do Kit Gay, pois quem criou a ilusão da existência deste livro nas esclas foi o próprio Bolsonaro.
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O grupo de escolas de elite, de
tendência construtivista Critique, de São Paulo, Rio e Minas divulgou uma carta
ao ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez, alertando que ele “não
permita que o País entre numa rota de retrocesso”. O texto diz que as
declarações de Rodriguez até agora “deixam a desejar” e enfatiza que o
movimento Escola sem Partido é “anacrônico e fantasioso”.
Fazem
parte do grupo que assina o manifesto a Escola da Vila, na zona oeste, e Escola
Viva, na zona sul, ambas de São Paulo e com ensino de influência
construtivista. São colégios de elite, considerados referências na cidade, cuja
mensalidade gira em torno de R$ 4 mil.
Leia
a íntegra da carta do Grupo de Escolas Critique:
Carta
ao Ministro da Educação sobre a educação das crianças e jovens brasileiros
2
de janeiro de 2019
por
Grupo de Escolas Critique
Senhor
Ministro da Educação,
Nossa
longa e ampla experiência na escola nos impele ao dever de contribuir para a
atual discussão sobre a educação escolar brasileira. Precisamos começar por
esclarecer que o problema de nossas escolas não são ideologias de esquerda em
sala de aula, mas a incapacidade do sistema de conseguir que os alunos
aprendam. São muitas e complexas as razões que trouxeram a Educação Básica aos
péssimos resultados que se repetem há alguns anos. Mas, certamente, entre as
muitas principais delas, não estão ideologias de esquerda. Antes podemos nos
lembrar da ausência de apreço que se tem, no Brasil, pela escola e a pouca
valorização que se dá ao professor, à sua ação e formação. Para citar apenas
duas bastante relevantes.
A
insistência em enfatizar problemas ideológicos serve apenas para desviar o foco
do problema real e prejudica o aprimoramento da educação escolar, tão essencial
para que o país se torne viável. A Educação Básica é um problema nacional
importante e grave demais para que se reduza a acusações a pretensas
maquinações de esquerda.
Considerar
que a escola ensina e a família e a igreja promovem a educação moral é uma
opinião desatualizada, pois o desenvolvimento moral é inseparável do
desenvolvimento intelectual, e a educação das crianças não se limita a
memorizar informações e fatos. O conhecimento existe em um contexto, numa
abordagem que, necessariamente, envolve o desenvolvimento emocional, social,
intelectual, moral e físico do aluno.
Confundir
educação moral – que tem como objetivo construir a autonomia do sujeito – com
moral religiosa obscurece o conhecimento e relega a aprendizagem a uma pedagogia
transmissiva obsoleta.
Aguardamos
de Vossa Excelência um projeto coerente, fundamentado, lógico e sensato para
enfrentar as dificuldades da nossa educação escolar que precisa cumprir sua
função de garantir que as novas gerações compreendam e contribuam para o
aperfeiçoamento da sociedade.
Não
concordamos que – num país em que muitos alunos não chegam a aprender a ler –
se tenha como meta principal vigiar professores e criar Conselhos de Ética, nas
escolas, para “zelarem pela “reta” educação moral dos alunos”. Excelência,
escola é lugar de falar de alfabetização, comunicação, pensamento lógico,
científico, humanidades, moral, tudo o que fundamenta o acervo cultural da
humanidade. O pensamento moral implica transformação interna do sujeito, que se
constrói discutindo ações e conhecimentos, e não com punição e obediência.
No
texto “Um roteiro para o MEC”, Vossa Excelência se preocupa com “uma estrutura
armada para desmontar valores tradicionais da nossa sociedade, (…) da família,
da religião, da cidadania, em suma, do patriotismo”. Asseguramos que o que
existe, de fato, é a dificuldade de aprender dos alunos. Para tanto, os
professores não necessitam de vigilância, mas de formação e de valorização.
Alertamos
que a Escola sem Partido, que Vossa Excelência considera “uma providência
fundamental”, não está atualizada com as pedagogias contemporâneas, discutidas
e estudadas em todos os países do mundo que se preocupam com formar gerações que consigam interpretar a
realidade, em sua complexidade, para lidar com as transformações radicais
decorrentes do mundo digital.
A
acusação de que supostas ‘educação de gênero’ e ‘ideologia marxista’ estão
infiltradas na escola soa como um discurso anacrônico que remete aos anos da
guerra fria no século 20. E é, mais uma vez, um deslocamento da questão
realmente grave que é a da dificuldade de tornar as crianças e jovens
brasileiros aprendizes eficientes e preparados para os desafios do mundo atual.
O
Brasil precisa se educar para o novo mundo, criado pelas novas tecnologias, com
questões demasiadamente desafiadoras para a humanidade. Não há tempo a perder
com convicções vetustas que parecem ignorar que a humanidade foi capaz de levar
o homem à Lua, que é capaz de manipular genes, descobrir curas para doenças,
inventar máquinas que facilitam a vida, tudo isso porque a espécie humana é
dotada de mentes curiosas, criadoras e inventivas. Essa capacidade de pensar,
discutir, refletir e trocar conhecimento trouxe a humanidade até aqui. Cercear
essa capacidade é preocupante e, mais ainda, se nossa educação básica é
sabidamente ruim, com menos discussão, troca e reflexão certamente não vai
melhorar.
Quanto
ao exame do Enem, Senhor Ministro, a prova não é elaborada por pessoas mal
intencionadas que desejam prejudicar jovens. Não, pelo contrário, a prova é
construída por professores que tentam ligar o conhecimento a diversos
contextos, que é o que se busca hoje na educação escolar. Quando Vossa
Excelência diz que a “prova tem que avaliar realmente os conhecimentos. O aluno
não pode ter medo de levar pau” não é claro como Vossa Excelência significa o
conhecimento. Para nós, conhecer é conseguir aplicar o conhecimento em diversas
situações, é estabelecer relações entre os saberes, é saber usar na vida o que
se aprendeu. Não consideramos que conhecimento são conteúdos memorizados e
descontextualizados. Quanto ao receio de o aluno de ser reprovado deve-se à má
qualidade da educação escolar e não a intenções perversas de quem corrige as
provas.
Senhor
Ministro, sua biografia informa que é autor de mais de 30 obras e professor
emérito da Escola de Comando do Estado Maior do Exército. Também é mestre em
pensamento brasileiro pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
(PUC-RJ); doutor em pensamento luso-brasileiro pela Universidade Gama Filho; e
pós-doutor pelo Centro De Pesquisas Políticas Raymond Aron. Com tanto lastro
intelectual, é difícil acreditar que V. Excia considere a Escola sem Partido
“providência fundamental”. Afinal, é um grupo de amadores, que carece de
saberes básicos sobre educação, e que divulga fantasias sobre influência de
partidos políticos sobre estudantes dentro de escolas de Ensino Fundamental e
Médio. Com tanto embasamento cultural, esperamos que Vossa Excelência não
aceite esses ataques ao conhecimento.
Concordamos
com sua opinião de que “doutrinação não é boa para o aluno, nos primeiros anos,
no ensino básico, fundamental”, mas vamos mais longe: doutrinação não é boa
nunca. O que forma a consciência cidadã é a discussão e a dúvida, o que é muito
diferente de reprimir a expressão e incentivar a denúncia, ação altamente
deseducativa do ponto de vista moral.
Falar
sobre gênero, senhor ministro, é falar
de um conceito moral muito mais amplo, que abrange ideais de respeito e
aceitação do outro, essenciais para o convívio. Todos têm a liberdade de ser
como são, sem moldes determinados. Isso é respeitar o indivíduo, sem
regulamentação do que ele é por decreto, numa interpretação oposta a que Vossa
Excelência manifestou numa entrevista.
Saber
que planeja melhorar as condições do ensino, nas escolas municipais, para
“resgatar a qualidade do nosso ensino” é alvissareiro, porém ficou faltando
esclarecer como isso será proposto e realizado.
Como
educadores que dedicaram sua vida profissional à escola, pedimos que Vossa
Excelência não permita que o país entre numa rota de retrocesso, a partir da
instituição escolar. Para assegurar a laicidade da educação, como prevista na
constituição brasileira, pedimos que não deixe que a exploração da credulidade
dos despossuídos, por meio da religião, se imiscua no processo da educação
escolar. O conhecimento e a cultura são patrimônio de um país. A arte atravessa
a História da Humanidade e é expressão de civilização, que não pode ser
demonizada.
E,
com sua formação, Vossa Excelência sabe que criacionismo e darwinismo não são
histórias equivalentes para serem objeto de opção. Crença e conhecimento são
coisas muito diferentes. Uma é fé, e outra é ciência.
Até
aqui, senhor ministro, suas declarações deixaram a desejar. Ainda aguardamos um
plano criterioso que assegure a aprendizagem que vai preparar nossas crianças e
jovens para enfrentarem, entre outros muitos desafios, o aquecimento global, as
mudanças climáticas, as questões éticas da manipulação genética, da
inteligência artificial, e os muitos problemas ainda desconhecidos, mas que
sabemos que virão com a transformação cada vez mais rápida da realidade.
Atenciosamente,
Grupo
de Escolas Critique
*Com
informações do Site Critique e Estadão Conteúdo
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