JORNAL, ONLINE, ANGICO DOS DIAS NOTÍCIAS EDIÇÃO DE Nº 20178, (PUBLICAÇÕES NO BLOG). CAMPO ALEGRE DE LOURDES/BA, BRASIL. quarta - FEIRA. 05, 09, 2019.
O
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procurador Deltan Dallagnol
considerou
durante mais de um ano se
candidatar ao Senado nas eleições de 2018, revelam mensagens trocadas via
Telegram e entregues ao Intercept por
uma fonte anônima.
Num chat consigo mesmo, que funcionava como espaço
de reflexão do procurador, ele chegou a se considerar “provavelmente eleito”. Também
avaliou que a mudança que desejava implantar no país dependeria de “o MPF
lançar um candidato por Estado” — uma evidente atuação partidária do Ministério
Público Federal, proibida
pela Constituição.
As mensagens indicam, ainda, que a
candidatura não era meramente um plano pessoal de Dallagnol, mas, diante de
um “sistema
político derrubado”, um desejo de procuradores que ia além da Lava Jato
e do Paraná. Em mais de um momento, ele afirma que teria apoio da força-tarefa
caso decidisse concorrer, o que indica que isso foi tema de debates internos.
O procurador também dá a entender ter
tratado da candidatura com figuras como o jurista Joaquim
Falcão, professor da Fundação Getúlio Vargas no Rio de
Janeiro, ex-presidente da Fundação Roberto Marinho e membro da Academia Brasileira de Letras.
Apesar de levar em conta relatos de
conselheiros que viam a política como algo que estava em seu destino, Dallagnol
decidiu no final de 2017 permanecer procurador da República, mas não abandonou
a ideia de ver seu retrato nas urnas eletrônicas.
“Tenhoapenas 37 anos. A terceira
tentação de Jesus no deserto foi um atalho para o reinado. Apesar de em 2022
ter renovação de só 1 vaga e de ser Álvaro Dias, se for para ser, será. Posso
traçar plano focado em fazer mudanças e que pode acabar tendo como efeito
manter essa porta aberta”, escreveu, em 29 de janeiro de 2018, numa longa
mensagem enviada para ele mesmo.
A referência é ao senador paranaense
Alvaro Dias, do Podemos, aliado da Lava Jato e poupado
pelas investigações da operação, cujo mandato termina em 2022. Dallagnol havia
recebido um convite para ser candidato ao Senado naquele mês — justamente pelo
partido de Dias — entregue por outro procurador da Lava Jato, Diogo
Castor de Mattos. Poucos dias
depois, fez a longa ponderação em que pesava os prós e contras de uma aventura
política, também em um texto que enviou pelo Telegram para si próprio.
Na reflexão, ele se via dividido
entre três opções. A primeira era se candidatar ao Senado, pois julgava que
seria “facilmente eleito” e via “circunstâncias apontando possivelmente nessa
direção”, entre elas o fato de que “todos na LJ apoiariam a decisão” de
apresentar seu nome aos eleitores, em suas próprias palavras.
Ainda assim, o procurador via “risco
para a Lava Jato porque muitas pessoas farão uma leitura retrospectiva com uma
interpretação de que a atuação desde sempre foi política”. “Pior ainda, pode
macular mais do que a Lava Jato, mas o movimento anticorrupção como um todo,
que pode parecer politicamente motivado. Por fim, a candidatura pode macular
as 10+ como uma plataforma pessoal ou de Deltan para eleição, retirando aura
técnica e apartidária”, preocupou-se.
“Há ainda quem leia que uma atuação
simbólica como a de Randolfeé inócua (como Josias de Souza), embora
eu discorde (com Michael Mohallem). Além disso, ainda que seja algo que
está no meu destino, como Joaquim Falcão disse, sair agora seria muito
arriscado e não produtivo em comparação com outras opções”, prosseguiu
Dallagnol.
Ao Intercept, Josias de Souza e
Mohallem confirmaram que tiveram conversas com Dallagnol no teor mencionado
pelo procurador em sua reflexão. Falcão não foi encontrado para comentar.
A segunda opção colocada pelo
procurador para si mesmo era prosseguir na carreira no Ministério Público
Federal. “Lutar pela renovação enquanto procurador: mantém a credibilidade, mas
perde a intensidade que seria necessária”, avaliou. “Precisaria me dedicar
bastante a isso e me programar. Para aumentar a influência, precisaria muito
começar uma iniciativa de grupos de ação cidadã. Dois pilares seriam: grupos de
ação cidadã em igrejas e viagens. Tem um risco de CNMP, mas é pagável,
cabendo fazer uma pesquisa de campanhas públicas (de órgãos) de voto
consciente, para me proteger.”
‘Vc se elege fácil e
impede um dos nossos inimigos no Senado: Requiao ou Gleise caem’.
Por fim, a terceira possibilidade
analisada por Dallagnol em janeiro de 2018 era deixar a carreira de procurador
sem abraçar a política partidária. “Lutar pela renovação enquanto cidadão,
pedindo exoneração: esta seria a solução ideal pela perspectiva da
credibilidade (não seria político, mas ativista) e de intensidade (“Não vote em
Fulano). Perderia um pouco de credibilidade e visibilidade, por deixar a
posição pública de coordenador da operação. Não teria riscos de corregedoria.
Poderia me dedicar integralmente às 10+”, calculou.
Afinal, por enxergar “riscos
concretos à causa anticorrupção”, Dallagnol decidiu ficar no MPF, embora não
tenha descartado concorrer em 2022. Até lá as condições para que procuradores
possam disputar eleições podem mudar, graças a uma iniciativa da associação de
classe que busca garantir a eles o direito de serem candidatos sem abandonarem
os cargos no Ministério Público.
‘AJUDA SE O MPF
LANÇAR UM CANDIDATO POR ESTADO’
A PRIMEIRA MENÇÃO à aventura política de Deltan
Dallagnol no Telegram surgiu em meados de dezembro de 2016, numa conversa entre
ele e o procurador Vladimir Aras, que trabalhava em Brasília. Aras é próximo de
Dallagnol, e foi apoiado por ele como sucessor de Raquel
Dodge na PGR.
“Vc tem de pensar
no Senado”, escreveu Aras, então chefe da Secretaria de Cooperação
Internacional da Procuradoria Geral da República. A resposta de Dallagnol
deixou claro que o tema não era novidade nas conversas entre os procuradores.
Eram tempos em que a Lava Jato se sentia ameaçada. Dois dias antes, em uma
audiência, os advogados de Lula haviam discutido com Sergio Moro, afirmando que
ele estava atuando como “acusador principal”, e não como juiz.
Em resposta, a
associação de juízes federais publicou nota repudiando o que chamou
de estratégia dos advogados de Lula para afastar Moro da Lava Jato. No dia
seguinte à publicação da nota — e horas após a conversa entre Aras e Dallagnol
–, o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, publicou um comunicado
interno dizendo que a Lava Jato “desagrada parte
da estrutura de poder”.
Em meio a isso
tudo, Aras sugeriu que Dallagnol buscasse uma vaga no Senado, tirando de lá
políticos que via como “inimigos” da Lava Jato.
14 de dezembro de 2016 – Chat privado.
Vladimir Aras – 10:30:29 – Vc
tem de pensar no Senado
Deltan Dallagnol – 12:58:02 – Obrigado
pelo incentivo, mas vejo muitos poréns
Aras – 13:09:38 – Vc
se elege fácil e impede um dos nossos inimigos no Senado: Requiaoou Gleisecaem.
Dallagnol – 13:29:56 – Não
resolve o problema. Ajuda se o MPF lançar um candidato por Estado. Seria
totalmente diferente e daria trabalho, mas pode ser uma das estratégias para
uma saída.
Dallagnol – 13:30:22 – No PRnão
precisaria ser eu rs, mas eu apoiaria fortemente essa rede de candidatos.
Dallagnol – 13:30:44 – Ou
pensamos alguma saída maluca, ou estamos ferrados.
Aras – 13:45:14 – Ou Carlos
‘GANHA
MENOS, TEM MENOS FÉRIAS, FICA TOMANDO PEDRADA’.
MESES DEPOIS, NO COMEÇO DE 2017, a possível candidatura se espalhou pelos
corredores do Ministério Público Federal. A procuradora Luciana Asper, do
Distrito Federal, voluntária da campanha pelas dez medidas, abordou Dallagnol
em março daquele ano. Ele desconversou — mas não negou.
1º de março de 2017 – Chat privado.
Luciana Asper Valdir – 10:41:42 – Tem
alguma chance de vc se candidatar a senador?? Alguns estão me perguntando.
Deltan Dallagnol – 11:49:16 –
Dallagnol – 11:49:22 – Valeu
Lu!
Dallagnol – 11:50:43 – Não
tem urgência, vou aguardar então, obrigado!
Dallagnol – 11:57:18 – Eu
não gostaria, sendo sincero, por uma série de razões. Não é meu perfil, é uma
turbulência na vida familiar, ganha menos, tem menos férias, fica tomando
pedrada na vitrine num jogo de menitras, correria um risco grande ao me
desligar do MPF, tem a questão da LJ etc. Contudo, tem muitas pessoas que
respeito muito que estão incentivando, inclusive o pessoal da LJ. Hoje,
descogito, e essa é a melhor resposta para quem pergunta, até para não expor o
caso. A verdade é que quero em minha vida, em primeiro lugar, servir a Deus, e
a Bíblia coloca que a vida do cristão é como o vento, que não sabe para onde
vai. Se um dia decidir tentar, é porque entendi que é o melhor modo de servir a
Deus e aos homens e por puro espírito público, porque vontade não tenho, Lu.
Qual a sua impressão?
Luciana Asper Valdir – 13:48:35 – Entendo
vc perfeitamente! Penso exatamente como vc. E confio plenamente que Deus o
guiará em todos os caminhos. Vc ouvirá a voz Dele e Ele te colocará onde Ele
precisa para continuar no caminho de restauração do que deveria ser está nação
que Ele agraciou com tantas bênçãos e foi tão maltratada pelos líderes até hj.
Eu confesso que peço todos os dias a Deus para colocar o poder neste país nas
mãos dos filhos Dele, verdadeiros cristãos que queiram dar a prosperidade
planejada para este Brasil. Falta liderança do bem em todos os cantos. Vc já
fez alguma escola no Mpf. Precisamos de um novo congresso sem duvida. Difícil
avançarmos com o que vemos por lá. Precisamos de lideranças em todos os cantos!
Deixa Deus te guiar que Ele saberá exatamente onde vc deve estar!
Dallagnol – 14:02:12 – Valeu Lu. Quando
lembrar, ore por favor pelas decisões que tomamos aqui.
Luciana Asper Valdir – 14:40:25 – Sim.
Sempre!
‘NÃO
DESCARTO, MAS NÃO CONSIDERO COMPLETAMENTE’
EM JULHO DAQUELE ANO, o boato chegou à procuradora Anamara Osório,
que enviou via Telegram a seguinte mensagem a Dallagnol: “Delta!!!! Você
senador para já!! Vamos falar disso?! O que vc precisa? Hehe”. O chefe da Lava
Jato não respondeu.
As conversas
indicam que Osório comentou o assunto com a procuradora Thaméa Danelon, à época
integrante da Lava Jato em São Paulo.
Com Danelon, de
quem é mais próximo, no entanto, Dallagnol foi bem mais aberto.
9 de setembro de 2017 – Chat privado.
Thaméa Danelon – 20:08:58 – Oi
amigo. Vc vai sair para senador ano q vem?
Danelon – 20:13:06 – Anamara
acabou de me falar!
Deltan Dallagnol – 23:34:45 – Não
que eu saiba rs
Dallagnol – 23:35:21 – A
fonte deve ser o Reinaldo Azevedo rs
Dallagnol – 23:35:39 – Tem
muita gente incentivando, mas por enquanto acho que não é o caso
A conversa entrou
madrugada adentro.
10 de setembro de 2017 – Chat privado.
Thaméa Danelon – 01:47:47 – Parece
q saiu na globonews
Danelon – 01:47:55 – A
Anamara me confirmou Tb.
Danelon – 01:48:05 – Mas
se não quiser falar ok
Danelon – 01:48:11 – Mas
vc terá sempre meu apoio
Deltan Dallagnol – 10:50:37 – Valeu
Tamis. Não descarto, mas não considero completamente. Jamais falaria com
partido agora, seria de idiotice total. Exporia a LJ. O que Cristiana Lobo
disse é que “corre em Curitiba como certo que…”. Mas é um boato falso. Jamais
falei com o Álvaro Dias ou pessoas ligadas a ele sobre esse assunto.
Num grupo chamado
Trinca de três, que reunia o executivo de planos de saúde Fabio Oliveira e o
advogado Hadler Favarin Martines, fundadores do Instituto Mude e frequentadores da mesma
igreja batista de Dallagnol em Curitiba, a candidatura também foi discutida.
1º de novembro de 2017 – Grupo Trinca
de três;
Fabio Oliveira – 13:16:25 – Manos,
seguinte. Ontem almocei com o Campagnoloe foi uma conversa muito
produtiva. Ele mesmo falou que tanto ele quanto eu e o Deltan estamos vivendo
situações familiares/profissional muito parecidas. Em relação a uma possível
candidatura dele, minha e tua, ele disse que o ideal seria começar um processo
de exposição. Com isso em mente, ele convidou o Mude para falar no evento do
dia 23 em Foz. Massa né?
Oliveira – 13:18:36 – Resolvi
trocar uma ideia com vocês (tirando a situação da SUPRIMIDO um pouco de foco) pra ver o que vocês acham e
também pq fui ver preço de passagem e está na casa dos 2k. O Campagnolo
adiantou que o hotel ele consegue para mim mas passagem não. Pensei em ir até
de carro, se for o caso.
Oliveira – 13:22:03 – Lembrando
que o Deltan também falará no mesmo evento.
Eleito presidente
da Federação da Indústria do Paraná, a Fiep, com o apoio do antecessor, Rodrigo Rocha
Loures, pai do deputado
Rodrigo da Rocha Loures, o “homem da mala” de Michel Temer, e
filiado ao PRB, atual Republicanos, braço político da Igreja Universal, Edson
Campagnolo foi cotado para ser candidato a vice-governador do Paraná em 2018.
‘Que possamos incendiar, juntos, corações, por mudanças’.
Há algumas
semanas, um vice-presidente da Fiep, a federação das indústrias do Paraná, o
acusou de fazer pagamentos ilegais a si mesmo enquanto comandava a entidade,
segundo reportagem do UOL. Ele negou. À época das
conversas, porém, a acusação não era pública.
Foi justamente a
Hadler Martines, que no Linkedin se
identifica como sócio da multinacional de consultoria e auditoria empresarial
PwC no Brasil, que Dallagnol comunicou sua decisão de não se candidatar, no fim
de 2017.
18 de dezembro de 2017 – Chat privado.
Deltan Dallagnol – 22:36:55 – Grande
Hadler, após muita reflexão, oração, ouvir muitas pessoas e chegando a um nível
de convicção pessoal e fé bastante alto quanto ao que é melhor pensando em
termos de movimento anticorrupção, ontem me antecipei ao meu deadline
auto-imposto (tinha me colocado um deadline no fim de janeiro) e decidi não vou
sair do MPF em 2018. Posso contar mais detalhes quando conversarmos
pessoalmente, mas quis adiantar isso em primeira mão para Vc.
A resposta viria
no dia seguinte.
19 de dezembro de 2017 – Chat privado.
Hadler Favarin Martines – 21:14:41 – Fala
Delta! Cara, você terá meu apoio independente da decisão que tomar. Concordo
que uma candidatura neste momento poderia envolver muitos riscos e no MPF você
ainda tem muito a contribuir. Pessoalmente, acho que você é uma das maiores
lideranças jovem do Brasil e isso poderá abrir grandes portas no futuro. Quem
sabe num futuro próximo um cargo político possa ser interessante. Deus te
abençoe! Conte comigo. Abs
Deltan Dallagnol – 22:45:49 – Valeu
irmãozinho pelo apoio e incentivo sempre. Sem Vocês seria uma brasa longe do
fogo. Que possamos incendiar, juntos, corações, por mudanças. Grande abraço
‘VC FICOU MAIOR
DO QUE O CARGO DE PROCURADOR’
AO INTERCEPT, MICHAEL
MOHALLEM, pesquisador do Programa de
Transparência Pública da FGV no Rio, confirmou que conversou com Deltan
Dallagnol a respeito de uma eventual candidatura do procurador ao Senado.
“Eu tinha um projeto de pesquisa da
Transparência Internacional e ele por vezes participou de algumas reuniões,
como colaborador. Me lembro, antes de alguns desses encontros, dele comentar
não da intenção de se candidatar, mas numa possibilidade vaga. Objetivamente,
sim, em algum momento ele comentou sobre a possibilidade [de ser candidato ao
Senado]”, relatou Mohallem.
“Não sei dizer a data, mas foi bem
antes das eleições do prazo legal para ele sair da carreira. Eu conheci Deltan
naquele período, não é um amigo, um conhecido de longa data. Ele não tinha
liberdade para eu aconselhá-lo a sair ou não [candidato]. E não me lembro dele
perguntar qual minha opinião [a esse respeito], mas mais sobre impactos a Lava
Jato, como eu pesquiso corrupção. Ele não queria impactos negativos para a
operação”, ele disse.
“Ele [Dallagnol] não falou em ser
candidato, claramente, mas em ter procuradores [concorrendo] na eleição do ano
que vinha. Até fui atrás, mas não apareceram. Foi após uma entrevista em vídeo, feita na [sede da] Procuradoria [Geral da
República], em Brasília, em outubro de 2017. Após a entrevista, os
cinegrafistas estavam desmontando os equipamentos e houve essa rápida
conversa”, relembrou o jornalista Josias de Souza.
“Ele disse que às vezes tinha a
impressão de que tinha de haver procuradores no Congresso, que a coisa daí
talvez caminhasse. Seria um erro capital, eu falei, porque vocês como
procuradores realizam um trabalho meritório. Se vão para o Senado, primeiro
comprometem esse trabalho e, em segundo lugar, lá gente muito bem intencionada,
e citei o exemplo de Ranfolfe [Rodrigues], não tem retaguarda partidária, e tem
atuação que não resulta na concretização das boas intenções”, prosseguiu o
colunista do UOL.
Também ligado à FGV Rio, Joaquim
Falcão está em viagem ao exterior e não foi localizado para falar, informou a
assessoria da instituição. O espaço está aberto para a manifestação dele.
Pedimos, novamente, uma entrevista a
Dallagnol para que o procurador falasse sobre suas ambições políticas. Ele
voltou a se recusar e preferiu responder via assessoria: “O procurador Deltan
Dallagnol se lembra de ter feito reflexões sobre esse assunto, mas não vai
comentar pensamentos ou cogitações de caráter íntimo. As mensagens são oriundas
de crime cibernético e têm sido usadas fora do contexto para acusações falsas”.
Ao contrário do que acusa o
procurador, o Intercept lembra que o arquivo da Vaza Jato foi
entregue por uma fonte anônima, o que é lícito e legítimo no jornalismo, e que
trabalha para que elas sejam reportadas dentro do contexto adequado.
“A troca de mensagens expostas se
deu no nível pessoal e informal. Tais conjecturas jamais foram levadas ao
Conselho ou diretoria do Mude e se tivessem sido levadas não seriam apoiadas. O
Mude não tem e nunca teve intenção de apoiar ou lançar candidatos de qualquer
matriz ideológica”, disseram, em nota, Patricia Alves Fehrmann e Gisele Jansen,
respectivamente diretora-executiva e vice-presidente do Instituto Mude.
Correção: 3 de setembro, 22h40
Uma versão anterior
dessa reportagem dizia que Deltan Dallaganol via a política como “algo que está
no meu destino”. A frase, no entanto, era atribuída pelo procurador a Joaquim
Falcão. O texto foi corrigido.
Esta é uma mensagem do The Intrcept Brasil.
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