ANGICO DOS DIAS NOTÍCIAS
EDIÇÃO DE Nº 2840, (PUBLICAÇÕES NO BLOG). CAMPO ALEGRE DE LOURDES/ BA, BRASIL.
e-mail: angicodosdias2014@gmail.com
terça - feira, 05. 11. 2024 .
A |
cidade de Juazeiro, na Bahia, será a primeira
a receber a nova edição dos Salões de Artes Visuais da Bahia, em sua 65ª
edição. Promovido pela Fundação Cultural do Estado da Bahia, unidade vinculada
à Secretaria de Cultura do Estado (Funceb/SecultBA).
A
exposição coletiva será aberta no dia 7 de novembro (quinta-feira), às 19h, no
Centro Cultural João Gilberto (R. José Petitinga, 354 - Santo Antônio), e
seguirá em cartaz até o dia 7 de dezembro de 2024, com entrada gratuita. Em
Juazeiro, serão expostas obras de artistas da cidade e dos municípios de Paulo
Afonso, Feira de Santana e Cipó. Este ano, serão realizadas seis edições nos
seis macroterritórios do estado.
A exposição coletiva reunirá obras
premiadas e selecionadas dentre diversas modalidades. Segue relação de
artistas: Aislane Nobre (Paulo Afonso); Alessandra Paes (Juazeiro); Alex
Moreira (Juazeiro); Gabriel Ferreira (Feira de Santana); Luisa Magaly
(Juazeiro); Sarah Hallelujah (Juazeiro) e Talbert Igor (Cipó). As modalidades
artísticas que irão compor estas edições dos Salões são: instalação,
fotografia, gravura digital, performance, pintura, objeto, colagem, escultura,
videoarte e design gráfico.
Sobre os artistas e suas obras.
Aislane
Nobre.
Natural da Ilha de Itaparica, é
artista visual, escritora e candomblecista. Doutoranda no Programa de
Pós-Graduação em Artes Visuais da UFBA (PPGAV-UFBA), investiga cor e
afetividade com base na cosmovisão Yorubá. Sua produção artística e acadêmica
já foi exposta em mostras nacionais e internacionais, abordando temas raciais e
tradições do Candomblé Nagô e Ketu. Aislane destaca-se por celebrar a ancestralidade
e a transformação através da arte.
Sua obra ‘IYANLÉ’ é uma série de
esculturas produzidas em argila, fruto da pesquisa de doutorado da artista, que
investiga as cores da pele, as transformações cromáticas e afetivas de cinco
crianças e adolescentes da própria família paterna, considerada inter-racial.
Ela afirma que o trabalho possui “uma poética baseada na cosmovisão yorubá, nas
quais as obras foram elaboradas com barro por ser um elemento que foi utilizado
por Obatalá para moldar os corpos humanos e criar a humanidade”.
Alessandra Paes
Também conhecida como Lelê Paes,
Alessandra atua profissionalmente desde 2006 na área de comunicação e artes
visuais. Em 2008, ilustrou seu primeiro livro infanto-juvenil pela Giz
Editorial. Em 2010, iniciou-se na arte urbana. Desde 2014, é designer autônoma,
artista, ilustradora e educadora não formal. Em 2017, se mudou para São
Raimundo Nonato, no Piauí, e criou seu Ateliê do Sertão. Em 2020, vai para
Juazeiro, na Bahia, para complementar seus estudos em Arte Visuais. É curadora
e artista participante da 1° Mostra de Arte Universitária de Juazeiro (MARJE),
em 2024.
Seu projeto de instalação ‘Evocação
das mulheres peixes para o Rio São Francisco’ é baseado na pesquisa sobre a
população do semiárido: território e suas questões sociais e ambientais com
ênfase nas questões étnico-raciais e de gênero. Evocando elementais como a mãe
d’agua, presente na cultura ribeirinha, a artista “evoca a ligação entre
humano-natureza”.
.“Na cosmovisão de muitas nações
indígenas que habitavam as margens do Opará (ou Rio São Francisco), o rio é o
próprio ancestral, é vivo. Com o crescimento populacional das margens do rio e
o consumismo desenfreado x baixa preservação ambiental, o Opará hoje está
minguado e poluído em muitos trechos”, diz Alessandra.
Alex Moreira.
Artista plástico graduado pela Escola
de Belas Artes da UFBA (EBA-UFBA) em 2009, tem mestrado em Processos de Criação
Artística no Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da UFBA (PPGAV-UFBA),
em 2020. Foi professor de artes na Universidade Federal do Vale do São
Francisco (UNIVASF) e na Universidade Federal do Piauí (UFPI).
Participou de várias exposições como:
II Mostra Rio de Esculturas Monumentais (2015-2016); Salões de Artes Visuais da
Bahia (2012), onde foi premiado; Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA) e
realizou sua primeira exposição individual, em 2009. Participou de vários
projetos culturais, como o Tejopará – intercâmbio cultural entre
Brasil-Portugal, em 2017.
Intitulada ‘O Grito das Carrancas’,
suas esculturas “têm o intuito de sensibilizar e resgatar a ligação visceral
entre as comunidades e o rio. A degradação do São Francisco não é apenas uma
ferida ecológica, mas um golpe na cultura e identidade da sobrevivência das
populações ribeirinhas. Ao entrelaçar a arte popular com a arte conceitual,
forja-se um diálogo que transcende o estético, tocando no ético e no
espiritual”, avalia o artista. As Três Carrancas convidam à transmutação que
começa na consciência individual e se expande ao coletivo. “Simbolizam a luta pela
preservação do rio São Francisco e a renovação de nossa relação com a
natureza”, diz.
Gabriel Ferreira.
Natural de Tanquinho, na Bahia,
reside em Feira de Santana-BA. Artista visual, ilustrador, curador, produtor e
músico, é graduado em Economia na Universidade Estadual de Feira de Santana
(UEFS). Realiza mostras individuais e coletivas e promove atividades artísticas
e educacionais. Tem premiações em salões de artes, participa de bienais no
Brasil e exterior e possui dois livros de ilustrações lançados de forma
independente. Atualmente é mestrando em Desenho, Cultura e Interatividade na
UEFS.
Sua obra ‘Amarrando as Saias: Salomé
e Jerônima na Roda’ compõe uma instalação de pinturas, onde a figura da mulher
é predominante na roda, com a composição da bateria, o jogo da capoeira e as
saias que se amarram em diálogos tecidos historicamente em grupos de capoeira.
“Trazer personagens históricas como Salomé e Jerônima para este cenário
artístico, contribui para o alcance da capoeira como patrimônio cultural, bem
como traz para o âmbito da capoeira elementos adjacentes à própria estruturação
da sua prática”, afirma o artista.
Luisa Magaly.
Artista visual natural de Saúde, na
Bahia, vive e trabalha entre Juazeiro e Salvador. É professora assistente do
Departamento de Expressão Gráfica e Tridimensional da Escola de Belas Artes da
Universidade Federal da Bahia (EBA-UFBA). Licenciada em Artes Visuais pela
Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), é mestra em Artes
Visuais na linha de Processos de Criação Artística pelo Programa de
Pós-Graduação em Artes Visuais da UFBA (PPGAV-UFBA) e doutoranda em Artes
Visuais pelo mesmo programa. É membra do Grupo de Pesquisa Arte Hibrida
(CNPq/UFBA).
Sua instalação em tecido de algodão e
cerâmica ‘Para dias de chuva: repouso’, nasce de uma performance intitulada
‘Para dias de chuva: a terra (2016)’. “O trabalho aborda discussões sobre vida
e morte, refazendo caminhos dos ciclos da natureza e da humanidade como parte
inseparável da Terra por meio de cosmo perspectivas africanas”, explica a
artista. “Nos mitos yorubano e jeje da criação e da morte rememorados nas
narrativas do Candomblé e da Umbanda, Nanã modela o corpo humano com o barro e
Omolu os guarda novamente no solo”, descreve em sua apresentação.
Sarah Hallelujah.
Atualmente vive e trabalha entre
Juazeiro e Salvador. É Artista Visual, Professora Adjunta no Colegiado de Artes
Visuais da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), Doutora em
Poéticas Visuais pelo PPGAV/UFRGS, mestra em Processos Criativos nas Artes
Visuais pela EBA/UFBA (2011), graduou-se como Bacharel em Artes Plásticas na
mesma instituição (2004). Vem participando de diversas exposições individuais,
coletivas e Salões de arte. Em 2010 participou da II Trienal de Luanda em
Angola. Em seus trabalhos, tenciona a ideia de território, lugar, matéria,
corpo e arquivo.
Sua instalação ‘Arquivo Bendegó - a
pedra Cuitá’, surge de uma pesquisa realizada a partir de uma caminhada no
semiárido baiano, onde a artista encontrou e escutou muitas histórias sobre o
meteorito do Bendegó, a pedra Cuitá, e a sua remoção. “Entendo que cada
elemento que compõe essa instalação funciona como uma elaboração para um
retorno simbólico e poético da pedra. Enquanto não conseguimos que o meteorito
do Bendegó retorne ao semiárido baiano e seja “exposto” no lugar que caiu,
assim com El Chaco na Argentina e ou o Hoba na Namíbia, seguimos tentando
movê-lo de outras maneiras”, declara Sarah.
Talbert Igor.
É artista visual, fotógrafo, cineasta
e pesquisador cipoense. Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Cultura e
Sociedade (Pós-Cult/UFBA), pesquisa e desenvolve trabalhos visuais sobre
cultura popular, memória, territorialidades, artes e saúde mental, ancestralidade
e linguagens artísticas, além de mediar oficinas dentro dessas temáticas. É
cofundador e editor do selo Candeia - Objetos de Arte. Já participou de
diversas mostras, editais e chamadas de arte, fotografia e cinema pelo país e
exterior. Em 2023, foi premiado com o 1º lugar no XII Prêmio de
Fotografia-Ciência & Arte, promovido pelo Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
O trabalho fotográfico que estará nos
Salões, ‘Rezas, Dobras e Ternos: a tradição ancestre da gaita cipoense’, revela
a tradição dos mestres tocadores de gaita e “fazem parte de uma investigação
artística e das pluralidades culturais cipoenses que desenvolvo há oito anos,
em seu território. Propus que fossem impressas em estandartes que homenageiam a
Festa do Terno de Reis, momento importante para os mestres tocadores de gaita”,
diz o artista. Essa manifestação cultural faz parte do território do município
de Cipó, localizado no sertão da Bahia, e possui influências indígenas Kiriri e
quilombola, sendo documentada pela primeira vez no início do século XX, através
de fotografias e textos divulgados principalmente por conta das águas termais
da cidade.
Sobre os Salões de Artes Visuais da
Bahia
Criados em 1992, os Salões de Artes
Visuais da Bahia consolidaram-se como um dos principais instrumentos de
incentivo à criação e difusão de produção artística e à dinamização dos espaços
expositivos do estado da Bahia. Assim, a 65ª edição dos Salões de Artes Visuais
da Bahia, que será realizada em 2024, visa apresentar ao público uma mostra
contemporânea em Artes Visuais, retomando suas exposições distribuídas nos seis
macroterritórios da Bahia, oportunizando o acesso a essa produção para um
público diversificado, oriundo de diversas cidades do estado. Além de divulgar
o trabalho dos artistas, pretende-se estimular a reflexão sobre temas das artes
contemporâneas por e encontros formativos e bate papo com os artistas.
Serviço:
Salões de Artes Visuais da
Bahia - 65ª Edição
Juazeiro
Abertura: 07 de novembro,
19h
Visitação: 07 de novembro
a 07 de dezembro de 2024
Terça à domingo, 9h às 22h
Centro Cultural João Gilberto
Fonte: Ascom/Funceb
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