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Jornal Edição da Manhã

3 de junho de 2025

Bolsonaro depõe no STF por tentativa de golpe em 2022.

ANGICO DOS DIAS NOTÍCIAS.

EDIÇÃO DE Nº 3027

CAMPO ALEGRE DE LOURDES/ BA, BRASIL.

e-mail: angicodosdias2014@gmail.com 

terça-feira, 03/ 05/ 2025.         

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 Supremo Tribunal Federal inicia, na próxima segunda-feira (9), a fase mais decisiva da ação penal contra os acusados de articular uma tentativa de golpe de Estado no Brasil.

          Ao todo, sete integrantes do núcleo político-militar do governo Bolsonaro prestarão depoimento — entre eles o próprio ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), réu por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

          O ministro Alexandre de Moraes, relator da ação, comandará pessoalmente os interrogatórios, que ocorrerão de forma presencial na sala de sessões da Primeira Turma, em Brasília. As audiências estão previstas para durar até o dia 13, com sessões diárias entre 14h e 20h.

          Mauro Cid abre os trabalhos no STF.

         A abertura será com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens e delator-chave do inquérito. Cid detalhou, em colaboração premiada, encontros secretos, minutas golpistas e o papel de militares e civis na tentativa de impedir a posse de Lula. Seu depoimento pode consolidar a narrativa de que houve, de fato, uma conspiração coordenada no interior do governo.

          Apenas Braga Netto, preso preventivamente, será ouvido remotamente. Os demais — incluindo Bolsonaro, Heleno, Torres, Ramagem e Garnier — serão confrontados com documentos, mensagens, delações e atas de reuniões internas.

          O STF ouviu 52 testemunhas antes dos réus.

          Desde 19 de maio, o Supremo ouviu 52 testemunhas — cinco de acusação e 47 de defesa. A fase de instrução revelou os bastidores da crise institucional e antecipou o clima que cerca os interrogatórios desta semana.

          Entre os episódios mais tensos, destaca-se o depoimento de Aldo Rebelo, que provocou reação firme de Moraes, ameaçando inclusive prendê-lo por desacato. A condução rígida do ministro demonstra a gravidade do processo em curso.

          Leia também: URGENTE: Bolsonaro e réus do golpe depõem no STF dia 09/ 06/ 2025.

Saiba mais: Tarcísio defende Bolsonaro no STF e diz que ex-presidente estava “triste e resignado”

          Eduardo Bolsonaro é alvo de novo inquérito.

Paralelamente, a Procuradoria-Geral da República abriu inquérito para investigar Eduardo Bolsonaro (PL-SP), acusado por Lindbergh Farias (PT-RJ) de atuar nos EUA para deslegitimar o STF e mobilizar congressistas norte-americanos contra Alexandre de Moraes.

          Lindbergh, que depôs ontem (2) à PF, entregou um dossiê que associa Eduardo à tentativa de golpe e à articulação internacional contra a soberania brasileira. O documento inclui encontros com parlamentares como Cory Mills e cita possível crime de traição.

          O “núcleo duro” do golpismo no banco dos réus

A lista dos interrogados representa o coração da arquitetura golpista. São figuras centrais do antigo governo, com poder institucional real à época dos fatos:

Jair Bolsonaro, ex-presidente;

Mauro Cid, delator e operador logístico;

Walter Braga Netto, general da reserva e ex-candidato a vice;

Anderson Torres, então ministro da Justiça;

Augusto Heleno, general e mentor da “linha dura”;

Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;

Almir Garnier, comandante da Marinha na transição.

As oitivas podem selar o destino político e judicial de Bolsonaro. Moraes já indicou que as provas são “contundentes e irrefutáveis”.

         Análise: risco real de prisão acelera o colapso bolsonarista

A fase atual não é mais sobre especulação. É sobre consequência.

          A inelegibilidade até 2030 é apenas uma das frentes. Nos bastidores, aliados já admitem a possibilidade de prisão. A estratégia de manter o ex-presidente em evidência está sendo ajustada para outro cenário: a perda total de controle narrativo.

           A tática do “perseguido político” volta à cena: lives, vídeos, ataques ao STF. Mas o contexto é outro. A delação de Cid, o dossiê contra Eduardo, a condenação de Carla Zambelli, e o peso institucional do Supremo indicam que o cerco jurídico se fechou de forma inédita.

          Se antes o bolsonarismo apostava na pressão de massa e no embate com as instituições, hoje enfrenta o vácuo de comando e a fragmentação interna. Não há plano B claro. O “Plano A” — sustentar a narrativa de 2026 — já perdeu fôlego.

           Um divisor de águas para a democracia, segundo o STF

          Para o Supremo Tribunal Federal, a convocação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de seus ex-ministros militares representa mais do que um ato processual. Trata-se de um gesto institucional com valor simbólico e jurídico — um esforço deliberado de memória e justiça diante da gravidade dos fatos investigados.

          Na avaliação da Corte, este é um teste para a resiliência do Estado Democrático de Direito. A responsabilização de autoridades envolvidas em planos de ruptura institucional é vista como condição essencial para evitar a repetição de episódios semelhantes no futuro.

          Caso as provas reunidas conduzam à condenação dos réus, o julgamento poderá marcar, nas palavras de integrantes do STF, o fim da era de impunidade política para crimes contra a democracia.

   Fonte: Blog do Esmael.

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