ANGICO DOS DIAS NOTÍCIAS.
EDIÇÃO DE Nº 3027
CAMPO ALEGRE DE LOURDES/ BA, BRASIL.
e-mail: angicodosdias2014@gmail.com
terça-feira, 03/ 05/ 2025.
O |
Supremo Tribunal Federal inicia, na próxima
segunda-feira (9), a fase mais decisiva da ação penal contra os acusados de
articular uma tentativa de golpe de Estado no Brasil.
Ao
todo, sete integrantes do núcleo político-militar do governo Bolsonaro
prestarão depoimento — entre eles o próprio ex-presidente da República, Jair
Bolsonaro (PL), réu por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de
Direito.
O ministro Alexandre de Moraes,
relator da ação, comandará pessoalmente os interrogatórios, que ocorrerão de
forma presencial na sala de sessões da Primeira Turma, em Brasília. As
audiências estão previstas para durar até o dia 13, com sessões diárias entre
14h e 20h.
Mauro Cid abre os trabalhos no STF.
A abertura será com o tenente-coronel
Mauro Cid, ex-ajudante de ordens e delator-chave do inquérito. Cid detalhou, em
colaboração premiada, encontros secretos, minutas golpistas e o papel de
militares e civis na tentativa de impedir a posse de Lula. Seu depoimento pode
consolidar a narrativa de que houve, de fato, uma conspiração coordenada no
interior do governo.
Apenas Braga Netto, preso
preventivamente, será ouvido remotamente. Os demais — incluindo Bolsonaro,
Heleno, Torres, Ramagem e Garnier — serão confrontados com documentos,
mensagens, delações e atas de reuniões internas.
O
STF ouviu 52 testemunhas antes dos réus.
Desde 19 de maio, o Supremo ouviu 52
testemunhas — cinco de acusação e 47 de defesa. A fase de instrução revelou os
bastidores da crise institucional e antecipou o clima que cerca os
interrogatórios desta semana.
Entre os episódios mais tensos,
destaca-se o depoimento de Aldo Rebelo, que provocou reação firme de Moraes,
ameaçando inclusive prendê-lo por desacato. A condução rígida do ministro
demonstra a gravidade do processo em curso.
Leia também: URGENTE: Bolsonaro e réus
do golpe depõem no STF dia 09/ 06/ 2025.
Saiba mais: Tarcísio defende Bolsonaro no STF e diz que ex-presidente estava “triste e resignado”
Eduardo
Bolsonaro é alvo de novo inquérito.
Paralelamente, a
Procuradoria-Geral da República abriu inquérito para investigar Eduardo
Bolsonaro (PL-SP), acusado por Lindbergh Farias (PT-RJ) de atuar nos EUA para
deslegitimar o STF e mobilizar congressistas norte-americanos contra Alexandre
de Moraes.
Lindbergh, que depôs ontem (2) à PF,
entregou um dossiê que associa Eduardo à tentativa de golpe e à articulação
internacional contra a soberania brasileira. O documento inclui encontros com
parlamentares como Cory Mills e cita possível crime de traição.
O
“núcleo duro” do golpismo no banco dos réus
A lista dos interrogados
representa o coração da arquitetura golpista. São figuras centrais do antigo
governo, com poder institucional real à época dos fatos:
Jair Bolsonaro,
ex-presidente;
Mauro Cid, delator e
operador logístico;
Walter Braga Netto,
general da reserva e ex-candidato a vice;
Anderson Torres, então
ministro da Justiça;
Augusto Heleno, general e
mentor da “linha dura”;
Alexandre Ramagem,
ex-diretor da Abin;
Almir Garnier, comandante
da Marinha na transição.
As oitivas podem selar o
destino político e judicial de Bolsonaro. Moraes já indicou que as provas são
“contundentes e irrefutáveis”.
Análise:
risco real de prisão acelera o colapso bolsonarista
A fase atual não é mais
sobre especulação. É sobre consequência.
A inelegibilidade até 2030 é apenas
uma das frentes. Nos bastidores, aliados já admitem a possibilidade de prisão.
A estratégia de manter o ex-presidente em evidência está sendo ajustada para
outro cenário: a perda total de controle narrativo.
A tática do “perseguido político”
volta à cena: lives, vídeos, ataques ao STF. Mas o contexto é outro. A delação
de Cid, o dossiê contra Eduardo, a condenação de Carla Zambelli, e o peso
institucional do Supremo indicam que o cerco jurídico se fechou de forma
inédita.
Se antes o bolsonarismo apostava na
pressão de massa e no embate com as instituições, hoje enfrenta o vácuo de
comando e a fragmentação interna. Não há plano B claro. O “Plano A” — sustentar
a narrativa de 2026 — já perdeu fôlego.
Um divisor de águas para a democracia, segundo
o STF
Para o Supremo Tribunal Federal, a
convocação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de seus ex-ministros militares
representa mais do que um ato processual. Trata-se de um gesto institucional
com valor simbólico e jurídico — um esforço deliberado de memória e justiça
diante da gravidade dos fatos investigados.
Na avaliação da Corte, este é um
teste para a resiliência do Estado Democrático de Direito. A responsabilização
de autoridades envolvidas em planos de ruptura institucional é vista como
condição essencial para evitar a repetição de episódios semelhantes no futuro.
Caso as provas reunidas conduzam à
condenação dos réus, o julgamento poderá marcar, nas palavras de integrantes do
STF, o fim da era de impunidade política para crimes contra a democracia.
Fonte: Blog do Esmael.
Nenhum comentário:
Postar um comentário