ANGICO DOS DIAS NOTÍCIAS.
EDIÇÃO DE Nº 3025
CAMPO ALEGRE DE LOURDES/ BA, BRASIL.
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terça-feira, 03/ 05/ 2025.
A |
Petrobras anunciou nesta segunda-feira (2) uma nova redução no preço da gasolina vendida às distribuidoras. A partir de terça (3), o litro da gasolina A nas refinarias passará de R$ 3,02 para R$ 2,85 — um recuo de R$ 0,17 por litro, ou 5,6%.
A medida foi celebrada pela ministra
das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, como reflexo direto da política
de “abrasileirar os combustíveis”, bandeira do governo Lula desde a transição.
O anúncio repercute em um contexto político-econômico marcado por tensões sobre o custo de vida e a busca por sinais concretos de desinflação. Nas redes sociais, Gleisi destacou que o corte acumulado desde dezembro de 2022 chega a 7,3%, sem considerar a inflação — o que, com o IPCA do período, representa uma redução real de 17,5% nas refinarias.
“A gasolina vai ficar mais barata!”,
escreveu a ministra. “Esse é mais um compromisso que vem sendo cumprido pelo
Governo do Presidente Lula: abrasileirar o preço dos combustíveis!”
O que muda na prática?
A redução anunciada atinge a gasolina
A — produto puro que é misturado ao etanol anidro antes de chegar aos postos
como gasolina C. Apesar do corte na refinaria, o repasse ao consumidor depende
de variáveis como a política comercial das distribuidoras, margens de lucro dos
postos e tributos estaduais, como o ICMS.
Historicamente, o impacto no preço
final leva alguns dias e, em muitos casos, não é integral. Ainda assim, o
movimento da Petrobras tende a aliviar a pressão inflacionária nas bombas,
sobretudo em grandes centros urbanos e regiões metropolitanas, onde o peso
logístico da cadeia é menor.
Bastidores
da decisão: equilíbrio entre preço e política.
A estratégia de precificação da
Petrobras passou por forte revisão no governo Lula. Desde maio de 2023, a
estatal abandonou o modelo de paridade internacional (PPI), que atrelava os
preços internos às cotações do dólar e do barril de petróleo no exterior. A
gestão Jean Paul Prates, e agora Magda Chambriard, vem adotando uma abordagem
“mista”, combinando referências externas com custos internos e margens de
refino.
Fontes da própria estatal e do
Ministério de Minas e Energia ouvidas pelo Blog do Esmael revelam que a redução
atual só foi possível graças à queda no custo do petróleo Brent nas últimas
semanas, à valorização do real frente ao dólar e à estabilização do consumo
interno.
“A
Petrobras não pode ser instrumento de choque político, mas também não deve se
comportar como uma petroleira privada isolada do país onde atua”, disse um
técnico próximo à diretoria executiva da empresa.
Impacto político e projeções.
A redução da gasolina representa um
alívio para o governo em um momento de cobrança por resultados na economia
real. A base do Planalto no Congresso busca reforçar a narrativa de que a
agenda de reindustrialização e contenção inflacionária está em curso.
Além disso, há uma disputa simbólica
com o legado bolsonarista. Durante o governo anterior, as flutuações dos
combustíveis geraram crises semanais e um desgaste crônico entre Planalto e
Petrobras, culminando em trocas sucessivas de comando na estatal.
“A diferença agora é que o preço cai
sem chantagem, sem canetada e com responsabilidade fiscal”, comentou um parlamentar
da base do PT, em reserva.
Com a gasolina abaixo de R$ 3 nas
refinarias, o governo Lula ganha fôlego para avançar em outras frentes — como a
taxação de super-ricos, a reforma tributária e a reoneração escalonada de
setores da economia.
Redução
discreta
O anúncio de corte de 5,6% no preço
da gasolina pela Petrobras, ainda que tecnicamente discreto, tem peso político
expressivo. É uma resposta concreta às pressões do consumidor, às expectativas
do mercado e à agenda de reconstrução do pacto social promovida pelo governo Lula.
Enquanto opositores tentam desgastar
a Petrobras com narrativas de intervenção e prejuízo, os dados mostram que a
estatal segue lucrativa, com controle sobre seus custos e responsabilidade com
a inflação.
Se o consumidor sentirá esse corte no
bolso nos próximos dias, resta acompanhar o comportamento das distribuidoras e
dos postos. O que já está claro é que, no jogo do combustível, há mais do que
preços: há disputa por narrativas — e o governo decidiu ocupar esse espaço.
Fonte:
Blog do Esmael.
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