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22 de junho de 2025

Com o Estreito de Ormuz fechado, o Irã desafia EUA e petróleo dispara.

 ANGICO DOS DIAS NOTÍCIAS.

EDIÇÃO DE Nº 30598

CAMPO ALEGRE DE LOURDES/ BA, BRASIL.

e-mail: angicodosdias2014@gmail.com 

domingo, 22/ 06/ 2025. 

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 estreito de Ormuz ou Hormuz é um pedaço de oceano relativamente estreito entre o golfo de Omã ao sudeste e o golfo Pérsico ao sudoeste. Na sua costa norte está o Irã e na costa sul os Emirados Árabes Unidos e um enclave de Omã.

Foto: Economic News Brasil

          O Parlamento do Irã aprovou o fechamento do Estreito de Ormuz, uma das principais rotas de exportação de petróleo do planeta, após os bombardeios americanos a alvos estratégicos no território iraniano.

          A decisão, noticiada por veículos locais, ainda precisa do aval do Conselho Supremo de Segurança Nacional e da palavra final do aiatolá Ali Khamenei — o líder supremo.

          Se confirmado, o bloqueio pode interromper cerca de 20% de todo o fluxo de petróleo transportado por mar no mundo, atingindo em cheio a economia global e elevando o risco de uma guerra de proporções imprevisíveis no Oriente Médio.

          A artéria do petróleo está sob ameaça.

O Estreito de Ormuz conecta o Golfo Pérsico ao Mar da Arábia. Em seu ponto mais estreito, tem apenas 33 km de largura. Nele, o tráfego se dá por dois corredores estreitos de 3 km — um para entrada, outro para saída. Trata-se de um ponto de estrangulamento estratégico para os maiores produtores da OPEP: Irã, Arábia Saudita, Kuwait, Emirados Árabes e Iraque.

          Segundo dados da plataforma marítima Vortexa, entre 17,8 e 20,8 milhões de barris de petróleo passaram diariamente pelo Estreito entre 2022 e 2025. O Catar, maior exportador global de gás natural liquefeito, também depende inteiramente da via para escoar sua produção.

          Diante da escalada no conflito com Israel e dos ataques americanos às instalações iranianas em Natanz, Fordow e Isfahan, navios petroleiros já operam sob alerta máximo. Agências marítimas internacionais recomendam cautela máxima na região.

          O mercado financeiro já sentiu o impacto

Desde o início das hostilidades, os preços do petróleo dispararam:

Brent: de US$ 69,36 para US$ 78,74 (+13,5%)

WTI: de US$ 66,64 para US$ 73,88 (+10,9%)

Em alguns momentos, o Brent chegou a ultrapassar 14% de alta. Analistas do JPMorgan alertam que o barril pode alcançar entre US$ 120 e US$ 130 se houver retaliações maiores ou bloqueios prolongados.

 

Brasil não deve sofrer impacto imediato nos combustíveis.

          Apesar do nervosismo no mercado, o Brasil é autossuficiente em petróleo bruto, graças à produção do pré-sal e ao papel da Petrobras.

          Assim, não há justificativa técnica para aumento imediato dos preços dos combustíveis no país, a menos que haja pressão especulativa dos acionistas minoritários da estatal ou lobby da velha mídia para gerar instabilidade.

A política de preços da Petrobras tem sido historicamente sensível ao humor do mercado e à influência de grupos econômicos interessados em manter a paridade internacional. Mas tecnicamente, com produção interna garantida, o consumidor brasileiro não deveria pagar a conta da guerra no Oriente Médio.

        Ormuz como termômetro da geopolítica global.

Ao longo da história recente, o Irã já ameaçou bloquear o Estreito de Ormuz em diversos momentos, mas sempre recuou. Em 2019, por exemplo, a retórica subiu após Donald Trump romper o acordo nuclear. Agora, porém, a ofensiva americana e a entrada dos EUA na guerra tornaram a ameaça concreta.

          A 5ª Frota dos Estados Unidos, baseada no Bahrein, mantém presença permanente na região e é responsável por “garantir a navegação comercial”. No entanto, essa presença também é vista pelo Irã como provocação.

          Se o fechamento for confirmado por Khamenei, o mundo estará diante de um divisor de águas no equilíbrio energético e militar do século XXI.

Multilateralismo.

          O fechamento do Estreito de Ormuz representa mais que uma crise regional: é uma ruptura no sistema de segurança energética global. O Brasil, ao manter silêncio diplomático diante da escalada, perde a chance de protagonizar um novo multilateralismo.

          Mas internamente, cabe ao povo e à imprensa vigilante resistir à manipulação dos preços dos combustíveis. Não é o Irã que deve ditar o preço na bomba — e tampouco Wall Street.

Fonte: Blog do Esmael.

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