ANGICO DOS DIAS NOTÍCIAS.
EDIÇÃO DE Nº 30617
CAMPO ALEGRE DE LOURDES/ BA, BRASIL.
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sexTA-feira, 27/ 06/ 2025.
A |
taxa de desemprego no Brasil caiu a 6,2% no
trimestre encerrado em maio, o menor patamar para o período desde o início da
série histórica do IBGE em 2012.
Os
dados oficiais divulgados nesta sexta-feira (27) confirmam o fortalecimento do
mercado de trabalho, apesar dos juros altos mantidos pelo Banco Central.
O resultado supera as expectativas do
mercado financeiro, que projetava taxa de 6,3%, e representa uma queda de 0,6
ponto percentual em relação ao trimestre anterior e de 1 ponto na comparação
anual.
O número de brasileiros empregados
bateu novo recorde, com 103,9 milhões de pessoas ocupadas — avanço de 1,2% em
relação ao trimestre anterior e de 2,5% no acumulado de 12 meses. Também chama
atenção o crescimento do emprego formal, com 39,8 milhões de trabalhadores com
carteira assinada, o maior contingente já registrado.
A informalidade, por sua vez, recuou
para 37,8%, o menor índice desde o início da série, refletindo o crescimento do
trabalho com CNPJ e o aumento de vagas formais.
Segundo o IBGE, o rendimento médio
habitual do trabalhador chegou a R$ 3.457, renovando o recorde histórico. Já a
massa de rendimentos — que soma o valor recebido por todos os trabalhadores —
alcançou R$ 354,6 bilhões, maior patamar da série.
Bastidores: aquecimento, qualificação
e Previdência em alta
Para o analista do IBGE,
William Kratochwill, o movimento positivo é resultado direto do aumento da
ocupação e da redução da subutilização da força de trabalho. “O mercado segue
aquecido, com queda da mão de obra qualificada disponível e avanço de vagas
formais”, afirmou.
Outro dado relevante é o crescimento
do número de contribuintes da Previdência Social, que chegou a 68,3 milhões de
pessoas, refletindo a formalização do emprego e o impacto positivo sobre a
arrecadação pública — tema sensível em meio aos debates sobre o orçamento e a sustentabilidade
fiscal do país.
Cenário: melhora sustentada ou efeito
temporário?
Embora os números apontem melhora
consistente, o Blog do Esmael alerta: o mercado de trabalho ainda convive com
elevada informalidade, desigualdade e salários pressionados pela inflação. A
queda no desemprego ocorre paralelamente à desaceleração econômica e à
resistência do Banco Central em reduzir os juros, o que pode limitar a geração
de novas vagas no segundo semestre.
Além disso, a base de comparação
anual carrega os efeitos da recuperação pós-pandemia, o que pode inflar as
taxas de crescimento em relação a 2024.
Saldo positivo, mas país precisa ir
além
O recuo no desemprego e o avanço dos
empregos formais são conquistas importantes. Mas o Brasil ainda carrega a chaga
estrutural da informalidade e da precarização — além do desafio de garantir
salários dignos e acesso a direitos trabalhistas.
A formalização precisa ser acompanhada
de políticas públicas robustas, investimento em qualificação e revisão do
modelo tributário, para que o mercado de trabalho não seja apenas
quantitativamente maior, mas também socialmente mais justo.
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