ANGICO DOS DIAS NOTÍCIAS.
EDIÇÃO DE Nº 3041
CAMPO ALEGRE DE LOURDES/ BA, BRASIL.
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terça-feira, 10/ 06/ 2025.
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caso de conflito pela terra no Território Tradicional de Fundo de Pasto de Angico dos Dias, no município de Campo Alegre de Lourdes (BA), teve um novo desdobramento no dia 5 de junho de 2025.
Em uma audiência no Fórum da Comarca
de Remanso (BA), o Tribunal do Júri julgou três acusados por tentativa de
homicídio no atentado ocorrido no dia 2 de setembro de 2023.
Na ocasião, dois trabalhadores e um
agente da Comissão Pastoral da Terra, (CPT), da Diocese de Juazeiro foram
baleados e uma trabalhadora teve a vida ameaçada.
Em agosto de 2023, a empresa Agrolife
invadiu a área pertencente às comunidades tradicionais de fundo de pasto de
Angico dos Dias, Açu, Baixão Novo, Baixão Grande e Baixãozinho. Apesar das
denúncias, os invasores iniciaram uma empreitada de desmatamento e construção
no terreno, não se retiraram do local e agiram violentamente contra as
camponesas e os camponeses.
Após o atentado, a Vara Cível da
Comarca de Remanso concedeu uma liminar de reintegração de posse em favor das
comunidades tradicionais de fundo de pasto.
No julgamento da última quinta-feira,
5, dois dos réus foram absolvidos e o terceiro réu foi condenado a 14 anos, 04
meses e 20 dias de reclusão em regime fechado, além do pagamento de indenização
de R$20.000,00 pelos danos graves à saúde causados a uma das vítimas. A decisão
de absolver dois dos envolvidos no atentado violento aos trabalhadores foi
objeto de recurso pelo representante do Ministério Público.
O Fórum de Entidades Populares de Campo Alegre de Lourdes espera que a plena justiça seja feita e expressa seu apoio ao recurso apresentado pelo Ministério Público. A sentença condenatória destacou que “o crime ocorreu em contexto de conflito agrário, onde o réu atuou para intimidar camponeses que exerciam direito legítimo de verificar invasão em terras tradicionalmente ocupadas por suas famílias”.
Nesse emblemático dia 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, o Fórum de Entidades reitera o seu compromisso com as trabalhadoras e os trabalhadores em defesa da vida e do modo de viver tradicional na Caatinga, lutando pelos direitos à terra e ao território.
Fonte: Fórum de Entidades Populares de Campo Alegre
de Lourdes.
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