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Jornal Edição da Manhã

3 de junho de 2025

URGENTE: O extremista e réu Bolsonaro e outros réus do golpe de 08/1/ 2023 depõem no STF dia 9/ 06/ 2025.

 ANGICO DOS DIAS NOTÍCIAS.

EDIÇÃO DE Nº 3026

CAMPO ALEGRE DE LOURDES/ BA, BRASIL.

e-mail: angicodosdias2014@gmail.com 

terça-feira, 03/ 05/ 2025.        

O

 Supremo Tribunal Federal dá início, na próxima segunda-feira (9), aos interrogatórios dos réus acusados de arquitetar uma tentativa de golpe para manter Jair Bolsonaro no poder após a derrota nas urnas em 2022.

          O ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal, vai comandar as oitivas na 1ª Turma do STF, presencialmente, entre os dias 9 e 13 de junho.

          Mauro Cid abre os trabalhos.

          O primeiro a depor será o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência e delator central no inquérito. Seu testemunho é esperado com atenção, uma vez que a delação homologada por Moraes detalha os bastidores de reuniões, planos e ações para desestabilizar o regime democrático.

          A agenda das audiências prevê sessões diárias das 14h às 20h, podendo se estender ao longo da semana caso necessário. Apenas o general Braga Netto, preso preventivamente no Rio de Janeiro, será ouvido por videoconferência.

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          Os réus: o “núcleo duro” do plano golpista

Na sequência de Cid, os demais réus serão ouvidos em ordem alfabética. A lista revela o coração institucional da trama investigada:

          Alexandre Ramagem – ex-diretor da Abin, ligado ao “gabinete do ódio”;

Almir Garnier – ex-comandante da Marinha;

Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF no 8 de janeiro;

Augusto Heleno – general da reserva, ex-GSI e ideólogo da linha dura no governo Bolsonaro;

Jair Bolsonaro – ex-presidente da República;

Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa;

Walter Braga Netto – ex-ministro da Casa Civil, da Defesa e candidato a vice em 2022.

          O interrogatório presencial ocorrerá na própria sala de audiências do STF. Para além do aspecto processual, o ritual marca um momento de inflexão no enfrentamento institucional ao golpismo no Brasil.

          Cronograma das oitivas.

          A programação da semana de audiências no STF está definida da seguinte forma:

10/6 – das 9h às 20h

11/6 – das 8h às 10h

12/6 – das 9h às 13h

13/6 – das 9h às 20h

O Supremo já ouviu 52 testemunhas ao longo da fase anterior, incluindo aliados, militares e assessores próximos do ex-presidente. As sessões foram marcadas por tensão, como o episódio em que Moraes ameaçou prender Aldo Rebelo, ex-ministro ouvido pela defesa.

          Uma trama com nome e rosto.

A peça acusatória aponta Bolsonaro como líder de uma organização criminosa voltada a sabotar o processo eleitoral e impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva. O cerne da acusação envolve a reunião no Palácio da Alvorada, onde se discutiu um plano de ruptura institucional — confirmado por várias testemunhas em juízo.

          A delação de Mauro Cid serviu como catalisador para o avanço da denúncia. Entre os elementos revelados, estão minutas de decreto de estado de sítio, tentativas de envolver as Forças Armadas e articulações paralelas com setores da segurança e inteligência.

          O que está em jogo

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          Ao convocar o núcleo político-militar do ex-presidente para depor sob as luzes do STF, Moraes coloca em cena o que pode ser a etapa final da responsabilização judicial pelo 8 de janeiro e seus antecedentes. O processo caminha para sentenças com potencial de redefinir os rumos da extrema-direita no Brasil.

          A partir das oitivas, o relator poderá encerrar a instrução do processo e liberar a ação penal para julgamento ainda em 2025 — ano em que Jair Bolsonaro tenta manter protagonismo político em meio à inelegibilidade e à fragmentação da oposição.

          Um divisor de águas

O Brasil assiste, mais uma vez, ao confronto entre a liturgia democrática e a pulsão autoritária que rondou o Planalto até o último minuto do mandato anterior. O STF, que já foi desafiado por ações e retórica golpistas, agora conduz a fase mais simbólica do julgamento dos responsáveis.

         Se a democracia for, como dizem, também um processo de memória, o depoimento de Bolsonaro e seus generais será peça central na construção de um futuro em que ruptura institucional não seja sequer cogitada.

         Tic-tac: risco real de prisão acelera queda de Bolsonaro

          O relógio da Justiça avança sem recuos. Jair Bolsonaro, já inelegível até 2030, agora enfrenta um risco concreto de prisão — reconhecido até por aliados mais próximos, que ajustam discursos e estratégias à nova realidade.

          Nos bastidores, o entorno do ex-presidente trabalha com um cenário que inclui incomunicabilidade e perda de controle narrativo. A insistência pública na candidatura de 2026 contrasta com a movimentação reservada de nomes que buscam manter o grupo coeso diante do que consideram inevitável: o enfrentamento direto com o Supremo Tribunal Federal.

         A Corte, por sua vez, tem acelerado os ritos. A condenação de Carla Zambelli a 10 anos de prisão não passou despercebida. Foi um recado claro de que a responsabilização por atentados à democracia não se encerrará nos peões. Moraes já classificou as provas contra Bolsonaro como “contundentes e irrefutáveis”.

          Diante disso, o ex-presidente volta a apostar na narrativa de perseguição: vídeos, ataques verbais, acenos à base radical. É uma tentativa de transformar desgaste judicial em energia política, de repetir o enredo do “perseguido” para tentar manter a militância mobilizada.

          Mas o contexto mudou. O peso das evidências, o avanço institucional e a fadiga pública com discursos conspiratórios colocam Bolsonaro diante de uma encruzilhada inédita.

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