ANGICO DOS DIAS NOTÍCIAS.
EDIÇÃO DE Nº 3047
CAMPO ALEGRE DE LOURDES/ BA, BRASIL.
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quinta-feira, 12/ 06/ 2025.
H |
addad
aposta no debate público e desafia o Congresso com um pacote econômico, geralmente,
quando se fala em corte de gastos, a elite quer que seja feito reduzindo gastos
de benefícios sociais, de nunca
aumentando impostos dos ricos, e nem de empresas.
O ministro disse que sempre querem que
tirem dos menos favorecidos, os economistas Juliane Furno, professora da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, (Uerj), e João Prates Romero,
professor da Universidade Federal de Minas Gerais, (UFMG), analisaram o novo
pacote econômico apresentado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Segundos os
professores e economistas, o esforço do ministro em dialogar com a sociedade e
enfrentar a resistência de setores conservadores do Congresso Nacional.
Segundo Romero, o impasse com
parlamentares não é exatamente o corte de gastos, mas quais gastos são
cortados. “Haddad já vem buscando [cortar] diversos gastos. Esse corte de
gastos tributários, nos benefícios de isenção de imposto de renda para quem
investe nesses títulos, é mais um exemplo disso.
Só que esse gasto o Congresso não
quer cortar”, aponta. O economista lembra ainda que a tentativa de eliminar a
desoneração da folha de pagamentos também foi barrada por interesses setoriais.
“Em geral, quando se fala em corte de gastos, é voltado para gastos sociais”,
explica.
Para Juliane Furno, a estratégia do
governo de lançar uma proposta forte e, em seguida, apresentar uma versão mais
negociada pode ter sido uma manobra acertada. “A proposta nova é mais
progressiva, mais ousada, no sentido de não só manter o potencial de
arrecadação, mas também de fazer uma ação discricionária a partir de alguns
setores, como bets e as letras de crédito”, destaca. Ela considera que o
ministro Haddad, mesmo não tendo um perfil popular, tem conseguido manter o
debate público em evidência.
Capital
tem ‘padrão duplo’ para análises.
Ao tratar da tributação sobre o
agronegócio e o setor imobiliário, Romero denuncia a inconsistência do discurso
dos setores privilegiados. “É interessante esse padrão duplo que é utilizado para
análises diferentes. O governo não pode utilizar o BNDES [Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social] para fazer política industrial […]. Mas na
hora do agro e do setor imobiliário, não tem mais essa questão.”
Ambos os economistas destacam também
o mérito do governo em apresentar alternativas ao corte de gastos sociais, como
enfrentar temas sensíveis tais quais os supersalários e as aposentadorias
militares.
Congresso
desidrata proposta.
Apesar do mérito do debate público,
Furno demonstra preocupação com os limites impostos pela correlação de forças
no Congresso. “A chance do pacote nascer no Congresso já morto é grande”, diz.
Para a economista, “os acordos estão muito frágeis” e a promessa de apoio feita
por figuras como o presidente da Câmara, Hugo Motta, não tem se concretizado.
“Estamos perdendo um pouco a conexão de como funcionam as nossas instâncias”,
analisa.
Ainda assim, ela acredita que a
ofensiva do governo é pedagógica. “Mesmo analisando que a correlação de forças
é ruim, o importante é apresentar para a sociedade, no debate público, que quem
desidrata a própria proposta é o Congresso e não o governo.”
O videocast Três Por Quatro vai ao ar
toda quinta-feira, às 11h ao vivo no YouTube e nas principais plataformas de
podcasts, como o Spotify.
Editado por: Martina
Medina
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